O campo reage à crise

Jornal do Comércio

O agronegócio é o nosso principal "ativo". Quem vive no Interior sabe que, em ano de safras
cheias, o comércio, a indústria, os serviços e as prefeituras dos pequenos municípios recebem uma poderosa injeção de ânimo e recursos  nanceiros. Em 2016, o agronegócio, que responde por quase metade do PIB gaúcho, foi, por exemplo, o único setor que gerou mais de 1.700 empregos.

Houve aumento de vagas no segmento de mudas e sementes certi cadas. A fabricação de tratores, máquinas e equipamentos voltou a contratar. Setores como os de transporte, armazenagem, industrialização, distribuição, pecuária, ¡orestal e irrigação também contrataram mais.

É verdade que nem todo o agronegócio foi bem em 2016. A criação de aves e suínos e a produção de grãos, de fumo e de uva enfrentaram fortes di culdades. Mas, para 2017 as projeções são mais otimistas.

O clima tem colaborado, com sol e chuva bem distribuídos, e o Estado poderá colher neste verão uma das melhores safras agrícolas dos últimos anos - estimada em quase 30 milhões de toneladas de grãos. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) anunciou há pouco que a receita de exportações de carne de frango abriu o ano com alta de 43%. E o Estado espera colher 600 milhões de quilos de uva - o dobro do que colheu na safra frustrada de 2016. Com a expectativa de colher 219 milhões de toneladas de grãos, 15% a mais do que na última safra, o Brasil já faz parte do seleto clube de países que produzem
uma tonelada de grãos por habitante.

Nesse quesito, só perdemos para potências agrícolas como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Argentina. No Rio Grande do Sul, a relação produção agrícola por habitante é ainda melhor: beira três toneladas por pessoa.

É verdade que perdemos para outros estados a liderança nacional na produção de soja, milho, trigo, carnes bovina ou de frango. Mas ainda estamos entre os três maiores produtores dessas commodities - e, em algumas culturas, como o arroz irrigado, o vinho ou a maçã, continuamos líderes. Não nos faltam, portanto, motivos para acreditar que o agronegócio continuará a ser, em 2017, a locomotiva da economia gaúcha.

 



Data da Notícia: 23/02/2017
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