O agronegócio de SC está ameaçado

DC/Moacir Pereira

Considerado proveitoso, o Fórum Catarinense do Agronegócio, realizado nesta terça-feira na Fiesc, teve como um dos resultados a criação de uma nova consciência em torno de uma atuação mais integrada entre avicultura,suinocultura, produtores de leite, plantadores de milho e de soja. Várias proposições foram apresentadas.

O fórum revelou, contudo, que o agronegócio deverá enfrentar uma grave crise. A produção agrícola já enfrenta dificuldades, como a falta de logística e de estradas para importação de insumos e comercialização dos produtos. A prometida duplicação da BR-282, por exemplo, continua no papel. E a construção de duas ferrovias, vitais para a manutenção do agronegócio no Oeste, não tem nem projeto: a Ferrovia Norte Sul, que trará milho e soja do Centro-Oeste a preços mais competitivos, e a Ferrovia da Integração, ou do Frango, que escoará a produção pelo litoral.

O agravamento do setor já é uma realidade. A saca de 60 quilos de milho custava entre R$ 30 e R$ 35. Hoje está sendo vendida no Oeste a R$ 50 e até R$ 60, informa o secretário da Agricultura, Moacir Sopelsa. Os integrados têm o respaldo das agroindústrias, mas os produtores independentes não terão como sobreviver.

O presidente da Epagri, Enori Barbieri, diz que o pior está por vir. A soja teve reajuste de 50% nos últimos 60 dias, passando de R$ 60 para R$ 90 a saca. E o farelo de soja, vital para ração animal, saltou de R$ 900 para R$ 1.700 a tonelada.

Com mercado retraído e os produtos mais caros é fácil prever a dimensão da nova crise que se avizinha em Santa Catarina.



Data da Notícia: 15/06/2016
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