Nova ferramenta mede valor econômico do bem-estar animal e revela forte apoio público

Pesquisadores da Universidade de Reading criaram uma nova ferramenta para medir o valor econômico das melhorias no bem-estar dos animais de criação. O sistema, desenvolvido pelo professor Richard Bennett, atribui pontuações de bem-estar animal comparáveis a diferentes sistemas de produção agrícola, relacionando-as ao quanto as famílias do Reino Unido estão dispostas a pagar por um maior bem-estar.

O método utiliza uma escala de bem-estar de 0 a 100 e foi validado por um painel de 13 zootecnistas independentes. A pesquisa entrevistou mais de 3.000 famílias no Reino Unido, revelando que as pessoas valorizam mais as melhorias quando as condições atuais são precárias e que a disposição a pagar diminui à medida que os padrões aumentam.

Diferenças de Bem-Estar por Setor e Valorização Pública

O estudo, encomendado pelo Defra (Departamento de Meio Ambiente, Alimentos e Assuntos Rurais do Reino Unido), revelou diferenças gritantes nos índices de bem-estar e quantificou seu valor para as famílias britânicas: 

  • Suínos: A criação em confinamento com gaiolas de parto obteve a pontuação mais baixa (27 pontos). A eliminação completa das gaiolas elevaria a pontuação para 47, um valor de £1,4 bilhão por ano (£2,52 por kg de carne suína) para as famílias do Reino Unido.
  • Ovos: A produção de ovos de galinhas criadas em gaiolas atinge apenas 32 pontos, enquanto os sistemas ao ar livre alcançam 51 pontos. As famílias pagariam coletivamente £496 milhões por ano para transferir as galinhas para sistemas ao ar livre (equivalente a 20 centavos de libra por ovo).
  • Laticínios: As práticas atuais de produção leiteira pontuam 43. Reduzir a claudicação (manqueira) das vacas para 5% dos rebanhos elevaria a pontuação para 56, sendo avaliado em £1,7 bilhão por ano.
  • Cordeiro: O uso de analgésicos na castração de cordeiros aumentaria os índices de bem-estar de 53 para 56, um valor de £320 milhões anualmente.

Implicações para Políticas Públicas

O professor Bennett afirmou que a pesquisa preenche uma lacuna de longa data na avaliação de políticas do Reino Unido, fornecendo uma ferramenta padronizada para medir o valor do bem-estar animal. Ele destacou que agricultores, varejistas e o governo podem agora avaliar se as melhorias no bem-estar animal representam uma boa relação custo-benefício, baseada em avaliações de especialistas independentes e nas preferências reais do público.

A pesquisa revelou um forte apoio público às melhorias no bem-estar animal, com 85% dos entrevistados concordando que existe um dever moral de proteger o bem-estar dos animais, e 86% apoiando a regulamentação para melhorar os níveis de bem-estar em todos os animais de criação. O professor Bennett demonstrou que os formuladores de políticas podem estimar rapidamente os benefícios das mudanças propostas, como o aumento de 40 para 45 no bem-estar de frangos de corte, avaliado em £628,8 milhões anualmente para o Reino Unido.

Fonte: Pig World

Data da Notícia: 04/11/2025
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