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Às vésperas de completar-se o primeiro decêndio do mês, o mercado de aves vivas permanece francamente comprador. A ponto de ontem, 9, o produto disponibilizado no interior paulista ter obtido novo ajuste de cinco centavos, sendo comercializado por R$2,90/kg. E como em Minas o ritmo foi idêntico, o frango vivo ali negociado alcançou no dia a cotação de R$3,10/kg – o maior valor nominal já registrado no Estado.
Os quatro ajustes (todos de cinco centavos) registrados nas duas praças em apenas sete dias de negócios tornam expressivos os índices de aumento registrados pelo frango vivo em setembro corrente. Em São Paulo, a valorização é de 7,41% em 30 dias, de 11,54% em 12 meses e de 23,40% em relação ao último preço de 2014. Já em Minas esses índices sobem para, respectivamente, 10,71%, 12,73% e 34,78%.
O que chama a atenção, no entanto, é que no justo espaço de 100 dias (isto é, em pouco mais de três meses) o frango vivo comercializado no interior paulista apresentou valorização próxima de 35%, enquanto em Minas Gerais esse ganho chega a inacreditáveis 63% - índices que refletem a diferença entre a menor e a maior cotação de 2015.
Naturalmente, esses resultados devem levar muita gente a concluir que o avicultor vem tendo ganhos excepcionais. Ledo engano. Pois, até aqui, o preço médio alcançado pelo frango vivo (SP) se encontra apenas 4,1% acima do registrado no mesmo período de 2014. Em Minas essa diferença chega a 6,7% mas, tanto numa como noutra praça, o ganho permanece muito aquém da inflação acumulada nos últimos 12 meses.
A registrar que a presente firmeza do mercado de frangos (vivos e abatidos) vem sendo determinada não só pelo aumento da demanda (interna e externa), mas também pelo “veranico extemporâneo” que vem marcando o inverno do Centro-Sul e ocasionando baixo ganho de peso das aves em criação.
No momento, com o retorno das chuvas, as temperaturas estão mais amenas, o que deve se refletir no rendimento das aves. Mas até isto tem curta duração, ou seja, o calor deve voltar. O que indica tendência de oferta ainda restrita no curto e médio prazos.