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O presidente eleito Jair Bolsonaro tem falado sobre propostas de mudanças que, se adotadas, podem ter impacto negativo na economia do país e de Santa Catarina. Uma delas é a intenção de mudar a embaixada brasileira em Israel da cidade de Tel Aviv para Jerusalém, seguindo o exemplo dos Estados Unidos.
É que o mundo árabe, que segue o islamismo, cujos adeptos consomem produtos Halal, vê problema político nessa mudança, o que pode fazer com que, gradualmente, esses países passem a adquirir menos produtos brasileiros.
O Brasil é líder mundial nas exportações de frango. Ano passado vendeu ao exterior 4,5 milhões de toneladas e deste total, 2,1 milhões foram para o mercado Halal, dos consumidores muçulmanos, o que representou 46,6%. Este ano, até setembro, esses países compraram 49% do frango brasileiro, o que representou 42% da receita total. Santa Catarina, que tem na proteína de frango seu principal produto de exportação. De janeiro a setembro, representou 17,2% das receitas vindas do exterior. Ano passado, o Estado vendeu lá fora 830 mil toneladas, das quais 30%, cerca de 250 mil foram para o mercado Halal.
O presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, acredita que o presidente eleito, Jair Bolsonaro, vai avaliar melhor esse plano.
– O presidente eleito, quando assumir, deve ouvir o agronegócio e a bancada que o apoia para tomar as decisões que sejam melhores para este que é um dos setores mais importantes da economia brasileira – afirmou Turra.
Vale destacar que a geopolítica de interesse do governo dos Estados Unidos não é a mesma do Brasil, que é um país mais pobre e sempre teve excelentes relações com árabes e judeus, tanto que os primeiros acordos comerciais firmados pelo país foi com Israel, Palestina e Egito. Depois vieram o México e o Chile.