Valor Econômico
Uma missão de técnicos do Ministério da Agricultura será enviada ainda neste mês à China para esclarecer o episódio da detecção da substância cancerígena dioxina em carregamentos de carne de frango das empresas brasileiras BRF e Frango Bello, afirmou ontem ao Valor a secretária de relações internacionais da Pasta, Tatiana Palermo.
“Está tudo indo bem. É um caso superado”, disse Tatiana. Na prática, o esclarecimento das razões da contaminação é fundamental para que o fluxo das exportações brasileiras de carne de frango à China se normalizem. Por conta da detecção de dioxina em níveis acima do permitido, os chineses agora só liberam os embarques de carne de frango do Brasil após exames em laboratórios certificados, o que tende a atrasar os embarques.
Conforme fontes ouvidas pelo jornal Valor, as exportações de carne de frango para a China podem cair de 10% a 20% por conta das exigência das autoridades chinesas.
Além disso, o esclarecimento do Ministério da Agricultura também é essencial para o processo de autorização para que outras nove plantas industriais possam exportar para o país asiático. O processo já estava adiantado, mas a expectativa agora é que a autorização só saia após o esclarecimento do episódio, que é considerado “pontual” tanto pelo Ministério da Agricultura quanto pelas indústrias envolvidas no caso.
Atualmente, 27 unidades brasileiras estão autorizados a exportar carne de frango para a China. A habilitação de nove plantas poderia representar um incremento de exportação de 80 mil a 100 mil toneladas de carne de frango para os chineses, conforme estimativas.
Entre janeiro e agosto, as exportações brasileiras de carne de frango à China totalizaram 206,3 mil toneladas, de acordo com dados da Secretaria de Comércio Exterior (Secex) compilados pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). A China é o quarto principal país importador da carne de frango produzida nos Brasil.