Folha de S. Paulo
O saldo de contratações de estrangeiros no mercado formal de trabalho foi positivo em 8.165 vagas no primeiro semestre deste ano, de acordo com levantamento feito pelo OBMigra (Observatório das Migrações Internacionais, da UnB). No período, foram 11.011 admissões e 2.846 demissões de trabalhadores de outras nacionalidades. Haitianos e senegaleses são os mais numerosos, afirma Leonardo Cavalcanti, o coordenador do centro de estudos. "As contratações aconteceram principalmente no Sul do país, onde a taxa de desemprego é mais baixa do que em outras regiões." A maioria dos estrangeiros encontra vagas no fim da cadeia produtiva de agronegócios, especialmente em frigoríficos e no abate de aves e suínos, segundo Cavalcanti. Esse setor ainda cresce porque cerca de um terço da produção é exportada, diz Francisco Turra, presidente-executivo da Associação Brasileira de Proteína Animal. Os migrantes começaram a ser empregados há quatro anos, exercendo as atividades no "piso de fábrica"dos abatedouros, afirma. O tempo de adaptação à rotina do trabalho é igual ao dos brasileiros, diz Ciliomar Tortola, diretor do grupo GTFoods, um conglomerado especializado em carne de aves. A empresa, que faturou R$ 1,4 bilhão em 2014, emprega 605 trabalhadores haitianos, que representam 6,4% de um quadro de funcionários de 9.500 pessoas. "Nós os contratamos por falta de mão de obra nacional, mesmo. Os haitianos saíram de uma situação precária e, ao conseguir uma oportunidade em uma empresa, se dedicam bastante. Não estão aqui para brincar, mas para trabalhar e sobreviver." (Veja mais em http://bit.ly/1hJhVaG)