Mapeamento inédito faz raio-x da suinocultura no Brasil

Agência Sebrae

Nas últimas duas décadas, o consumo global de carne suína aumentou em 61% e, no Brasil, em 113%. As principais razões para esse crescimento estão no preço do produto, que ainda é inferior ao da carne bovina, nos cortes diferenciados e na divulgação promovida por grandes chefs de cozinha, que adotaram o produto em seus restaurantes.

Esses dados fazem parte de mapeamento inédito da suinocultura que foi produzido pela Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e pelo Sebrae Nacional.

A estimativa é que a produção nacional de 2016 aumente 14% em relação a 2011, chegando a 3,8 milhões de toneladas. Já as exportações deverão atingir um valor recorde em 2016, aproximadamente 700 mil toneladas.

E o consumo per capita deve alcançar 35,5 kg por ano até 2024 – hoje, esse número gira em torno dos 15 kg ao ano e o alimento está presente em 73% dos lares brasileiros.

Para o presidente da ABCS, Marcelo Lopes, o mapeamento irá trazer subsídios para que as entidades possam pleitear políticas de suporte para a cadeia.

“O mapeamento traz as dimensões do setor, como o número de produtores e pessoas envolvidas no negócio e quanto de renda é gerado”, avalia. Em parceria com a Markestrat, empresa especializada em estudos de segmentos agroindustriais, os dados foram coletados a partir de entrevistas com suinocultores, especialistas em produção, associações de classe e frigoríficos.

“Esse material inédito é fundamental para o desenvolvimento da suinocultura brasileira. Os dados dessa cadeia produtiva poderão direcionar projetos e programas do setor público e privado para o segmento e fazer os produtores alcançarem novos mercados”, afirma o presidente do Sebrae, Guilherme Afif Domingos.

De acordo com o estudo, em 2015, o setor foi responsável por R$ 62,57 bilhões do Produto Interno Bruto (PIB) e gerou 126 mil empregos diretos.

Também no ano passado, o país contava com um plantel reprodutivo de mais de 1,7 milhão de matrizes; o abate de 39,3 milhões de animais e uma movimentação de R$ 149,86 bilhões em toda a cadeia produtiva.

De acordo com o sistema de produção, a suinocultura independente representa 38% da atividade, seguida de cooperativas (23%) e integração (39%).

Histórico

A atividade foi intensificada no país entre o final do século XIX e início do século XX com a chegada maciça de imigrantes alemães e italianos à região Sul, que até hoje tem destaque na produção. Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná abrigam a maior parte das 3 mil granjas de produção e quase 14 mil granjas de engorda presentes no país.

Junto com Minas Gerais e Mato Grosso, somam 83,7% do rebanho de matrizes. Também foi no Sul que surgiram as primeiras grandes iniciativas de melhoramento genético do rebanho nacional e onde estão instaladas as maiores empresas de processamento do segmento.

Consumo

Os alimentos processados à base de carne suína, como linguiça fresca e defumada, bacon e presunto, são os mais consumidos e somaram um faturamento de R$ 25,6 bilhões em 2015. Já os produtos in natura representaram um faturamento três vezes menor, de R$ 8,99 bilhões, no mesmo período.

Exportação

Em 2015 foram exportadas 542 mil toneladas, sendo que quase 45% desse total foram para a Rússia e quase 23% para Hong Kong.

A China, país que mais tem comprado esse tipo de produto nos últimos anos, adquiriu 5,2 mil toneladas no ano passado, mas os esforços devem elevar as exportações para esse país asiático para 100 mil toneladas em 2016.



Data da Notícia: 12/12/2016
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