Valor Econômico
Iniciado com a BRF, o corte temporário dos preços pagos a fornecedores encontrou adeptos nas cooperativas agroindustriais, também impactadas pela alta do preço do milho no mercado doméstico.
Na última sexta-feira, a cooperativa paranaense Copacol, que fatura cerca de R$ 3 bilhões anuais, informou aos fornecedores que fará um corte de 5% no preço dos produtos e serviços contratados. A redução de preços terá vigência entre 10 de outubro e 10 de janeiro.
A decisão da cooperativa ocorreu uma semana após a BRF, maior processadora de frango e suíno do país, anunciar medida semelhante. Desde 1º de outubro, a companhia vem pagando 5% menos por produtos e serviços oferecidos. No início do ano que vem, os preços voltarão aos patamares anteriores.
Em ambos os casos, a alta das cotações do milho - principal ingrediente da ração animal - foi apontada como o principal motivo para adoção das medidas. No acumulado de 2016, os preços do grão se valorizaram em torno de 20%, conforme o indicador Esalq/BM&FBovespa. Os grãos respondem por 30% dos custos de produção da indústria de frango e suína.
Em carta aos fornecedores, a Copacol informou que os pedidos da cooperativa serão "ajustados com a redução de 5% e todas as notas emitidas a partir desta data deverão estar em acordo com o ajuste, para que então possamos proceder o recebimento". Procurada pelo Valor, a Copacol informou que os cooperativa está à disposição dos fornecedores para esclarecer eventuais dúvidas.
Na mesma direção de BRF e Copacol, a cooperativa gaúcha Languiru pediu a extensão de prazo para o pagamento do valor referente a 5% de cada um dos contratos que vencerão entre 15 de outubro e 15 de janeiro do próximo ano. A proposta da cooperativa é pagar o percentual devido entre abril e maio de 2018. Os fornecedores tinham até ontem para informas o valor a ser recebido, de acordo com a Languiru.