INTERNACIONAL: Redução da meta de crescimento da China: o que o mundo pode esperar

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A China já preparou seu plano econômico, mas os resultados devem ser mais do mesmo: crescimento lento alimentado pela dívida. Em seu relatório de trabalho anual divulgado no sábado (05/03), o premier Li Keqiang oficialmente reduziu a meta de crescimento do governo ­ para um percentual entre 6,5% e 7%.

Tópicos - Os principais tópicos: oferta de moeda e a previsão de que o crescimento do crédito deverá aumentar 13%, um ponto percentual a mais do que a meta de 2015. Como os empréstimos concedidos no ano passado ficaram acima da meta e aumentaram 13,5%, é difícil crer que haverá uma mudança efetiva em relação à tradicional dependência da China por crédito.

Meta - A meta para a inflação de preços ao consumidor permaneceu estável em 3%. Mas a taxa de 1,4% do ano passado mostra que a China está tendo os mesmos problemas do resto do mundo ao prever um nível modesto demais de inflação.

Dívidas - Isso é importante porque sem uma dose necessária de inflação, as dívidas vão aumentar e vai ficar mais difícil quitá­las em termos reais.

Desalavancagem - Mesmo que a China tenha atingido as metas de inflação e de crescimento, isto implica um PIB nominal de 9,5%, enquanto o crescimento dos empréstimos é muito mais célere. Com isso, os débitos globais vão continuar a subir. A desalavancagem no caso da China simplesmente não está acontecendo.

Déficit - O déficit do governo vai aumentar para cerca de 3% do PIB, de 2,4% no ano passado. Dizem que isso será consequência de cortes de impostos, em vez de mais gastos. Isso poderia ser uma boa notícia em termos de rentabilidade corporativa. Mas embora o fato de que a retórica tem soado mais sincera ultimamente, as promessas para reforma não são novas. A prova virá em falências, reestruturações e fusões.

Investidores - Os investidores vão passar um pente fino no discurso e documentos que vieram à tona nas reuniões anuais do governo chinês.

Implicações - Uma linha de estímulo do mercado de carros de segunda mão pode ter implicações para os fabricantes de automóveis, por exemplo. Por outro lado, uma promessa para reduzir a terra dedicada ao cultivo de milho deve fazer os agricultores de Iowan e do Brasil sorrirem, uma vez que os preços do milho caíram nos últimos dois anos.

Cenário - Assim, a fotografia que podemos fazer da China permanece a mesma: o crescimento está ficando mais lento e a dívida é alta. O plano de Pequim para lidar com a situação dificilmente é tranquilizador.



Data da Notícia: 10/03/2016
Tags: Economia, China
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