Importância do NAFTA para as exportações de carne de frango dos EUA

AviSite

Como mostrou ontem (26) clipping publicado pelo AviSite, a agropecuária norte-americana saiu em defesa da manutenção do Acordo de Livre Comércio da América do Norte (NAFTA, na sigla em inglês) - que reúne EUA, Canadá e México e corre o risco de ser desmontado por Donald Trump.

Na defesa é citado, por exemplo, que a partir do NAFTA, as exportações agrícolas e de alimentos dos EUA mais do que quadruplicaram. E não são poucos os que defendem a manutenção do Acordo, já que a carta dirigida ao novo Presidente foi subscrita por 133 das maiores organizações e empresas norte-americanas do setor.

Mas se é importante para a agropecuária, o NAFTA tem ainda maior relevância para a avicultura, pois, como aponta matéria hoje publicada pelo AviSite, os dois parceiros dos EUA no bloco estão colocados como primeiro e segundo maiores importadores da carne de frango norte-americana, absorvendo (dados relativos aos 11 primeiros meses de 2016) mais de um quarto do volume exportado no período.

E se, sob o “guarda-chuva” do NAFTA, as exportações agropecuárias dos EUA mais do que quadruplicaram, no caso da carne de frango foram muitíssimo mais além, pois registram incremento superior a mil por cento.

Isso é claramente constatado através do gráfico abaixo, elaborado a partir de dados do Departamento de Agricultura dos EUA. Nele, a evolução das exportações para o México e Canadá é mostrada segundo a média anual por quinquênio.

Pelo gráfico observa-se que no quinquênio 1991-1995, período em que nasceu o NAFTA (1994), as remessas para México e Canadá foram pouco além da média anual de 56 mil toneladas. Já no quinquênio seguinte subiram para 186 mil toneladas (+231%), duplicando no Canadá (+105%) e quase quintuplicando no México (+367%).

Desde então, não pararam de crescer – sempre a níveis bem elevados. No último quinquênio analisado (2010-2015) a média anual exportada aumentou 1.267% em relação à média do quinquênio 1991-1995, o incremento no Canadá ficando próximo de 500% e o do México superando os 2.100%, ou seja, 22 vezes mais que 20 anos atrás.

Naturalmente, a perda desse mercado seria excelente oportunidade para as exportações brasileiras de carne de frango. Mas, com certeza, o governo norte-americano não vai abrir mão desse filão.

Por outro lado, sem México e Canadá, os EUA precisariam encontrar mercado para 25% de suas exportações de carne de frango – algo em torno de 750 mil toneladas anuais. E, neste caso, poderia ocupar espaços hoje pertencentes à carne de frango brasileira.

Mas, enfim, são apenas tendências e tudo que se diga não passará de pura especulação. Assim, só resta aguardar as próximas surpresas do novo governo norte-americano. Que já enfrenta resistência a algumas de suas primeiras medidas e deve sofrer fortíssima oposição ao pretendido desmanche do NAFTA.



Data da Notícia: 27/01/2017
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