O último levantamento do IBGE, relativo ao terceiro trimestre de 2018, permite concluir que – entre janeiro e setembro do corrente exercício - o número de cabeças de frango abatidas em estabelecimentos sob inspeção federal, estadual ou municipal recuou praticamente 3%, retrocedendo a 4,282 bilhões de cabeças.
Nesses nove meses, somente em quatro ocasiões, todas no primeiro semestre, o número de cabeças abatidas superou o do mesmo mês do ano anterior: em janeiro (+1,23%), em fevereiro (+1,16%), em abril (+8,28%) e em junho (+2,08%). Deveriam ser apenas três, pois o aumento de junho foi decorrência da forte redução observada em maio (-20,39%), ocasionada pelo movimento grevista dos caminhoneiros.
Já o volume de carne produzida a partir desses abates teve evolução bem menor, inferior a 1%. Porque, em síntese, o peso médio dos frangos abatidos aumentou em relação ao ano anterior. E, curiosamente, esse aumento também sofreu a influência do movimento caminhoneiro.
Veja-se, a propósito, que enquanto o número de cabeças abatidas no mês de junho aumentou 2,08%, o volume de carne decorrente teve incremento substancialmente maior, de 6,74%. Foi quando o peso médio por cabeça registrou o recorde do ano: 2,471 kg, 4,57% a mais que em junho do ano anterior. Ou seja: devido à greve, frangos que deveriam ser abatidos no final de maio permaneceram nas granjas até junho. Com o abate retardado, adquiriram mais peso – aparentemente, o maior de toda a história do setor.
Independente dessa ocorrência, a produção do corrente exercício continua registrando produtividade crescente, com ganho de pelo menos 1% em relação a 2017. Assim, ainda que os abates do último trimestre de 2018 permaneçam na mesma média dos nove meses anteriores (tudo indica que ela será superada, o que é normal), a produção inspecionada do corrente exercício será igual ou ligeiramente maior que a do ano que passou. Algo em torno de 13,6 milhões de toneladas – só de produto inspecionado.