Avisite
Na semana passada, ao enfocar estudo desenvolvido por jovem acadêmica de Santa Catarina, o AviSite também procurou enfatizar que a questão dos hormônios na carne de frango é “discussão desnecessária”. Porque, em essência, nenhuma ave de produção industrial recebe hormônio na criação.
Mas não há como deixar de voltar ao assunto. Sobretudo depois que, referindo-se à matéria publicada, um internauta postou no AviSite o seguinte comentário:
“Minha esposa estava participando de evento somente de senhoras e tinha frango no cardápio. Foi quando uma das senhoras disse: ‘não vou comer, pois não sei de que marca é o frango, pode ter hormônio’. Minha esposa não é da área, mas conhece o assunto e ficou indignada, tratando logo de esclarecer a pessoa”.
Em resumo: a proposta de levar ao consumidor a informação de que, em sua criação, o frango não recebe hormônios, “como determina a legislação”, vem tendo desdobramentos que nem mesmo o brilhante marqueteiro autor dessa esdrúxula ideia poderia imaginar.
Ou seja: na gôndola do supermercado, o consumidor até pode optar pelo produto cujos comerciais afirmam ser produzido sem hormônios. Mas uma vez no prato, todos os frangos são iguais, não há como identificar se são da marca Y ou Z. E, diante do que se plantou na mente do consumidor, todas as marcas acabam afetadas. Indistintamente.
Pior ainda na medida em que hoje grande parte (senão a maior parte) do consumo de carne de frango é realizada “fora do lar”. São as lanchonetes e restaurantes, as cozinhas industriais, enfim, o “food-service”. Todos levando ao consumidor final o prato pronto, isto é, sem a indicação de quem o produziu. E se o consumidor já foi fisgado pela propaganda vistosa o estrago está feito.
Para simplificar: tão desnecessária quanto a discussão em torno dos hormônios é a menção de que esta ou aquela marca não aplica hormônio no frango. Porque tal tipo de chamada (parafraseando Chacrinha) está aí para confundir, não para explicar!