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A internet das coisas ou indústria 4.0 está se tornando um assunto popular, mas há anos é realidade nos aviários do país. A empresa líder do segmento é a Plasson do Brasil, sediada em Criciúma, uma filial da multinacional Plasson, de Israel, cujos sócios majoritários são 360 famílias do Kibutz Maagan Michael.
Nos últimos anos, a maior receita da companhia vem do Brasil, informa o sócio e diretor geral no país, Franke Hobold, que lidera o investimento de nova fábrica de R$ 28 milhões em SC.
O que a Plasson produz?
A Plasson é uma empresa que tem 70% do capital controlado por um Kibutz e 30% estão na bolsa de Telaviv. Fabrica válvulas e conexões de grande porte para água e esgoto e tem a Livestock, empresa para produção de itens para agropecuária. Trabalhamos com equipamentos automatizados para alimentação de frangos, perus, matrizes (mães de frango) e suínos. Nossos clientes principais são a BRF, JBS e Aurora. No caso da BRF, somos o maior fornecedor de equipamentos para eles e eles são nosso maior cliente. Estamos há 20 anos nesse mercado e empregamos 570 pessoas.
Como iniciou atividades?
Em Israel, a empresa começou vendendo bebedouros pra frangos. Eles têm toda tecnologia para águas. Em 1996 houve um boom na automação da avicultura de SC. Para reduzir custos, a Sadia e a Perdigão decidiram automatizar e quem tinha mais tecnologia no mundo era a Plasson. Aí pediram para a Plasson vir para o Brasil. A Sadia disse que seria necessário uma fábrica. Me convidaram para ser consultor, eu assumi, depois me tornei sócio minoritário da empresa e estou até hoje.
Quanto vocês estão investindo?
A decisão da Plasson de Israel é que todo dinheiro ganho aqui é investido aqui. Nossa fábrica em Criciúma é toda automatizada. Agora, estamos investindo de R$ 26 milhões a R$ 28 milhões em nova unidade, aqui. Nela, vamos fazer o projeto Chave em Mãos, de aviários completos. Até agora, vendíamos tudo o que tinha dentro do galpão. A partir do ano que vem, faremos também a construção dos aviários. É uma tendência mundial. A meta é entregar as unidades em seis meses. Hoje demora cerca de 12. Ano passado, fizemos um investimento de R$ 40 milhões. Assumimos 70% do controle da ATI Sangyo, de São Paulo, que fabrica equipamentos para a produção de ovos.
É possível colocar telhados solares sobre os aviários para gerar energia?
Sim. O problema é que, no Brasil, o retorno desse investimento estava em 11 anos, muito demorado. Agora caiu para 8 ou 9 anos. Estamos buscando alternativas mais em conta. A redução do custo de energia é importante. Até há algum tempo, cada agricultor tinha um aviário ou no máximo dois. Agora, um casal cuida de quatro, em média. Hoje, os aviários são todos automatizados. Isso ocorre mais no Paraná e Mato Grosso, menos em SC.