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Embora convivam, por questão sanitária (surto de Influenza Aviária) com embargos totais ou parciais da maioria de seus compradores, os exportadores de carne de frango dos EUA fecharam o primeiro quadrimestre de 2015 com apenas 91 mil toneladas a menos que em idêntico período de 2014, o que significou redução de 8,38% em relação ao pouco mais de um milhão de toneladas do ano passado.
A queda poderia ter sido maior, mas os grandes compradores minimizaram os efeitos dos embargos ao absorverem volume 7,27% maior que o de um ano atrás. Graças, fundamentalmente, à forte queda de preços enfrentada, o que possibilitou ampliar a participação em alguns mercados, sobretudo asiáticos. Daí, o surgimento no ranking do Vietnã ou, por exemplo, o grande aumento observado em Taiwan e Hong Kong.
Comparativamente ao mesmo quadrimestre de 2014, saíram desse ranking Rússia e China, entrando em seu lugar (mas em outras posições) Vietnã e Guatemala. A saída mais gritante, claro, é a da Rússia que, entre janeiro e abril de 2014 importou dos EUA 68,8 mil toneladas de carne de frango, colocando-se como o segundo maior cliente do frango norte-americano. Neste ano as compras russas estão reduzidas a zero (mas não por razões sanitárias) e, com isso, o país desaparece não apenas do ranking dos 10 mais, mas do rol de importadores de carne de frango dos EUA.
O outro país agora ausente do grupo dos “top 10”, a China, no ano passado, em quatro meses, importou 37,8 mil toneladas de carne de frango, o suficiente para fazer do mercado chinês o décimo maior importador do frango norte-americano. Como em 2015, tão logo informadas do surto de Influenza Aviária, as autoridades sanitárias chinesas suspenderam totalmente as importações de frango dos EUA, o volume embarcado no ano se resume até agora a pouco mais de 3,6 mil toneladas. São, portanto, 34,2 mil toneladas a menos, quantidade que faz da China, no momento, apenas o 46º importador do produto norte-americano.
Mas, voltando ao ranking dos principais importadores, se não é sintomático é pelo menos curioso que os maiores índices de incremento no volume estejam sendo registrados por três “vizinhos” da China: Hong Kong, território especial chinês; Taiwan (ou China Nacionalista) e Vietnã (cujo território faz fronteira, ao norte, com o território chinês).
Juntos, Hong Kong, Taiwan e Vietnã (este, com expansão de 116% no volume adquirido) importaram em 2015 um total de 65,7 mil toneladas a mais que em 2014. Assim, compensam amplamente as 34,2 mil toneladas perdidas com a China.