Ganhos (?) com exportações não minimizam aperto econômico da indústria do frango

AviSite

Tem sido dito – e alguns meios de comunicação ressaltam essa afirmação – que o bom desempenho das exportações de carne de frango vem minimizando os desafios enfrentados pelo setor produtivo frente ao aumento contínuo (e explosivo) dos custos de produção.

Será? A pergunta acaba vindo naturalmente à tona ao se confrontar o volume exportado com a produção total brasileira: menos de um terço, se contrapostos os dados de exportação de carne de frango (SECEX/ME) aos dados de produção (IBGE; e que são parciais, pois não abrangem a totalidade do que é produzido no País).

Nos 12 meses encerrados em março de 2022, por exemplo, o volume total de carne de frango exportado pelo Brasil somou 4,565 milhões de toneladas. E isso representou não mais que 31% dos 14,721 milhões de toneladas de carne de frango produzidas em abatedouros sob inspeção.
Ou seja: é pouco provável que a pequena parcela exportada gere recursos suficientes para cobrir a elevação de custo da maior parte da produção destinada ao mercado interno.

Isso, por sinal, fica ainda mais claro ao se avaliar a produção e as exportações em termos regionais. Em 2021, outro exemplo, os três estados integrantes da Região Sul, a principal exportadora do País, destinaram ao mercado externo 41% do volume produzido. Já na Região Sudeste, a maior consumidora do País, o volume exportado correspondeu a apenas 12% do que foi produzido pelos quatro estados locais.

Em suma (e ainda que repetindo): os eventuais ganhos obtidos com a exportação não cobrem os aumentos de custo enfrentados pela maior parte do setor. E quando cobrem (se é que cobrem) ficam restritos às poucas empresas exportadoras.

Fonte: AviSite

Data da Notícia: 08/07/2022
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