Frango vivo: situações diferentes em São Paulo e Minas Gerais
AviSite
Em relação ao que foi praticado há exatas seis semanas (42 dias, tempo aproximado de criação e abate de um frango), os produtores do interior de São Paulo obtiveram melhora de preço da ordem de 6,6%, enquanto em Minas Gerais esse ganho ficou próximo mas abaixo de 2%. Ganho dos paulistas, certo? Certo, mas somente para esse período.
Porque o aplicável aos últimos 42 dias não é válido para os primeiros 68 dias de 2015. Pois a realidade é que, em São Paulo, o frango vivo apresentava, até ontem, valorização de não mais que 2% sobre o preço inicial do corrente exercício, enquanto a valorização de Minas Gerais (que iniciou o ano em posição de inferioridade) apresenta até agora um ganho de 13%.
Vive-se, com isso, situação bem diferente daquela experimentada, por exemplo, em idêntico período do ano passado. Pois, então, o valor médio a mais obtido por Minas Gerais no mesmo espaço de tempo ficava abaixo de 3%, correspondendo a apenas 7 (sete) centavos. Neste ano essa diferença supera os 7% e corresponde a um adicional de 17 (dezessete!) centavos.
Tais diferenças – à primeira vista estranhas, visto que as duas praças são próximas entre si – refletem as características adquiridas pelo mercado independente do frango vivo no estado de São Paulo. Que deixou de ser formado apenas pela produção específica dos criadores independentes e, hoje, é composto também por produto vindo das integrações.
Isso, claro, muda a tradicional “relação de forças” existente no processo (produtor, como ofertante; abatedouro, como comprador). Pois os abatedouros passaram a integrar a parte ofertante, o que, sem dúvida, distorce a relação original.
A tendência, neste caso, é o frango vivo acompanhar muito de perto as cotações do frango abatido (o que, aliás, já vem ocorrendo nas últimas semanas). Em decorrência, as condições de mercado deixam de ser definidas pela relação oferta/procura de aves vivas e passam a acompanhar, muito mais, a relação oferta/procura de aves abatidas.
