Frango Vivo: Semana encerra com demanda aquecida

Notícias Agrícolas

Na sexta-feira (25), os preços para o frango vivo encerraram estáveis. Nesta semana, algumas praças apresentaram reajustes positivos, porém em ritmo mais lento do que observado no início do mês. Com isso, mais uma vez, São Paulo e Minas Gerais seguem como as regiões com maior valor praticado – a R$ 2,90/kg e R$ 3,10/kg respectivamente.

De acordo com levantamento realizado pelo economista do Notícias Agrícolas, André Lopes, a praça que apresentou maior valorização foi em Toledo, no Paraná, com aumento de 9,52% e cotação a R$ 2,30/kg. Já em Jacarezinho, também no Paraná, os preços subiram 9,26%, encerrando a semana com negócios a R$ 2,95/kg.

Segundo analista da Safras & Mercados, Fernando Henrique Iglesias, apesar de os preços para o vivo não terem reagido como o previsto, a demanda permanece aquecida. Uma das razões para as poucas alterações pode ter sido pela reposição mais lenta, que acontece na segunda quinzena do mês. Por outro lado, o analista acredita que as cotações possam reagir na próxima semana, com o início de outubro.

Uma das razões para a necessidade de novas altas para o mercado é o aumento nos custos de produção. Segundo o presidente da APA (Associação Paulista de Avicultores), Érico Pozzer, as valorizações nos preços de milho e farelo de soja proporcionaram um aumento de 30%, apenas nos últimos 60 dias. Se acrescentarmos as valorizações em decorrência das altas do dólar ante o real nos aminoácidos -utilizados na ração dos animais - este aumento pode chegar a 35%. Com isso, os custos de produção dos avicultores paulistas que estavam em torno de R$ 2,15/kg, passaram para R$ 2,60/kg - enquanto o vivo é cotado a R$ 2,90/kg no estado.

Já o Cepea aponta que as valorizações observadas desde meados de setembro – ainda que aquém às necessidades dos produtores - trouxe uma redução na competitividade da carne de frango em relação a bovina. O cenário é um reflexo da aumento no consumo pela carne, visto que os preços da arroba do boi em patamares elevados proporcionou em redirecionamento do consumo da proteína.

Greve

Há mais de uma semana, desde quinta-feira (17), os fiscais agropecuários estão em greve, prejudicando o embarque de diversos produtos agrícolas, incluindo carnes e contêineres de soja, milho, algodão. De acordo com levantamento realizado pela ABPA (Associação Brasileira de Proteína Animal) cerca de 25 mil toneladas de carnes de aves e suínos estão parados em portos e armazéns de exportadoras.

"Infelizmente, o setor de proteína animal, que vinha registrando crescimento em plena crise econômica nacional, está sendo afetado e pode perder uma valiosa oportunidade de trazer ainda mais divisas, em um momento delicado para o país", disse o presidente-executivo da ABPA, Francisco Turra, em nota. A entidade também afirma que está em contato com o governo federal para solucionar a questão.

Exportações

Para Fernando Henrique Iglesias, apesar de a greve prejudicar os embarques, ele ainda acredita em números positivos para o mês, que pode fechar em 350 mil toneladas. Até a terceira semana de setembro, foram exportados 203,6 mil toneladas, com média diária 15,7 toneladas, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Os números ainda estão abaixo daqueles observados em agosto, com queda de 4,6%. Porém representam alta de 4% em comparação com a média de setembro de 2014. Em receita, os embarques somam US$ 313,8 milhões, com média de US$ 24,1 milhões.

Já estimativas da Haitong Securities apontam que o mês devem encerrar com 305,4 mil toneladas, uma queda de 11,5% em relação aos resultados obtidos em agosto. Também é inferior em 7,9% aos embarques de setembro de 2014, quando totalizou 331,4 mil toneladas.



Data da Notícia: 28/09/2015
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