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Em abril, frango vivo, ovo e milho perderam da inflação que – aqui medida pelo IGP-DI da Fundação Getúlio Vargas – retrocedeu em relação ao mês anterior (1,21%), fechando o quarto mês do ano ligeiramente aquém de 1%. E a perda maior foi a do ovo, cujo preço médio ficou perto de 13,5% abaixo do alcançado no mês anterior.
O ovo, por sinal, é o único dos três produtos que, neste ano, vem obtendo valores médios superiores ao registrado no final do ano passado, em dezembro de 2014. Mas até esse ganho é absolutamente efêmero, pois o ovo fechou abril com um preço médio quase 22% menor que o de 12 meses antes. Ou seja: se houve ganho no ano, é porque o preço de dezembro foi baixo, entre os menores do exercício passado.
Comparativamente, ainda, a 12 meses atrás, o frango perdeu menos que o ovo e o milho (-12,68%), registrando em abril um valor médio 3,38% inferior ao do mesmo mês de 2014. Notar, porém, que a inflação (com números extremamente próximos aos do frango) continuou seguindo em direção oposta. E isso faz com que o valor real do produto (e também o do ovo e do milho) seja significativamente menor que o apontado na tabela.
A questão do valor real, aliás, fica mais clara quando se analisa a evolução de preços dos três produtos em relação à inflação acumulada desde a implantação do atual padrão monetário brasileiro, em meados de 1994. Porque, se tivessem acompanhado o índice até agora registrado, frango vivo, ovo e milho teriam sido comercializados em abril passado por, respectivamente, R$3,42/kg, R$102,79/caixa e R$43,64/saca. Porém, o valor real efetivamente alcançado ficou, também respectivamente, a 66,99%, 50,72% e 65,33% da inflação acumulada em pouco mais de 20 anos.