Frango vivo encerrou quinzena repetindo estabilidade de um ano atrás

Avisite

A primeira quinzena de maio foi encerrada ontem sem que o mercado do frango vivo apresentasse as reações normais de todo início de mês e sem esboçar - o que era mais esperado – alguma reação em relação àquele que é considerado, comercialmente, o segundo melhor período de consumo do ano – o Dia das Mães.

Em outras palavras, permaneceu com a mesma cotação (então em baixa) alcançada no penúltimo dia de abril, o que significa que completou 17 dias cotado a R$2,20/kg, mas com inúmeros negócios por valor inferior.

Isso, ressalve-se, no interior de São Paulo. Pois em Minas Gerais, o frango vivo entrou em maio cotado a R$2,05/kg e agora se encontra em R$2,00/kg, mas também com vendas por valor inferior.

Porém, o que mais chama a atenção nos preços praticados no mercado paulista é que eles apenas repetem a mesma estabilidade observada um ano atrás, em maio de 2013. Ou seja: a indiferença à semana de pagamento dos salários e ao Dia das Mães não chega a representar novidade. A diferença fica apenas no valor alcançado, neste ano 22% superior.

Tal resultado deixa, de imediato, a impressão de que o setor vem obtendo ganhos excepcionais em 2014, visto que a inflação acumulada nos últimos 12 meses é significativamente menor. No entanto, nada mais falso.

Um ano atrás, o frango vivia situação alarmante. Tanto que o produto atravessou os cinco primeiros meses do ano sem registrar uma única alta. A primeira reversão só ocorreu na segunda quinzena de junho. E em maio, a remuneração obtida pelo produtor ficou visivelmente aquém do custo de produção então registrado. Portanto, não é a cotação atual que está valorizada: a de maio do ano passado é que estava extremamente baixa.

A situação atual, porém, não é muito diferente daquela. Não há, por ora, dados oficiais mostrando como andam os custos de produção do frango. Mas, levando em conta que a Embrapa Suínos e Aves apontou que em janeiro de 2014 o custo de produção de São Paulo já andava por volta de R$2,17/kg, fica claro que, nas bases atuais, o produtor vem operando de forma onerosa.

E dizer que a segunda quinzena está apenas começando...