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Ontem, 15, quer em São Paulo como em Minas Gerais, o frango vivo disponibilizado para venda no mercado independente operou com ofertas que se mostraram extremamente limitadas frente a uma demanda aquecida e assim, numa data improvável (fim da primeira quinzena, quando os negócios arrefecem) obteve reajuste de cinco centavos.
Com esse ajuste, a cotação de São Paulo chega a R$2,65/kg, correspondendo ao maior valor alcançado no decorrer de 2015. Mas é resultado ainda aquém dos R$2,80/kg de outubro de 2014 e, principalmente, dos R$3,00/kg registrados, primeiro, no final de 2012 e, depois, no segundo semestre de 2013.
Já em Minas – onde o frango vivo obteve seu segundo reajuste consecutivo da semana e do mês – a cotação retorna aos mesmos R$2,70/kg que vigoraram por exatas duas semanas entre os dias 19 de junho e 2 de julho e que, por ora, correspondem à melhor cotação registrada em 2015. Porém, da mesma forma que em São Paulo, a atual cotação permanece sensivelmente aquém, por exemplo, dos R$3,05/kg que vigoraram entre janeiro e fevereiro de 2013.
Apesar de demonstrado que os preços atuais continuam defasados, a recente valorização do produto pode levar à conclusão de que o produtor vem obtendo grandes ganhos. Não é bem assim. Pois a remuneração média obtida pelo frango vivo em São Paulo se encontra, agora, apenas 1% acima da que foi registrada no mesmo período do ano passado. Como a inflação oficial dos últimos 12 meses anda próxima dos 12%, o ganho real do produtor vem sendo visivelmente menor.
Mas se o ganho ainda é pequeno, continua prevalecendo a expectativa de continuidade da recuperação atual. Senão pelo mercado interno (cujo consumidor, iniciada a segunda quinzena, já dá sinais de exaustão), ao menos pelas exportações, que permanecem firmes e devem continuar absorvendo percentual crescente da produção brasileira de carne de frango.