Frango vivo alcança, em março, a melhor cotação do trimestre; mas...

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Pode não parecer. Mas, independente do que possa vir a ocorrer neste final de março, o frango vivo comercializado no interior paulista completa o período alcançando, em termos mensais, a melhor cotação do trimestre. Apesar de sua cotação permanecer inalterada há mais de cinco semanas. Ou há 39 dias se nada de novo acontecer nesta segunda-feira.

Em relação ao comportamento sazonal do produto, essa é uma ocorrência rara. Pois, normalmente, após registrarem breve alta de janeiro para fevereiro, os preços retrocedem em março, prosseguindo no mesmo ritmo em abril e maio e só se revertendo a partir de junho.

Em 2016 o retrocesso ocorreu mais cedo, em fevereiro, com reversão em março corrente. E com resultados bem diferentes dos apontados pela curva sazonal. Pois em vez de alcançar-se valor médio próximo da média do ano anterior (perto de R$2,62/kg em 2015), se está obtendo valor mais de 7% superior à média.

Naturalmente, esse adicional continua absolutamente insuficiente. Naturalmente, também, o “pequeno ganho” registrado não está sendo obtido por acaso. É, já, reflexo das dificuldades que vêm sendo enfrentadas pelo setor com o aumento do custo de produção deflagrado a partir da explosão dos preços do milho. Ou seja: ainda que não tenha recuado em relação ao ano anterior (algo que só se saberá futuramente), o volume produzido já não evolui no ritmo programado pelo setor.

Mas – seguindo no mesmo raciocínio acima - até mesmo essa desaceleração na produção continua insuficiente. Porque, ao contrário de todas as previsões do mercado, os preços do milho permanecem em alta. Tendem a encerrar o corrente mês com um valor (R$53,00/saca) quase 80% superior ao de um ano atrás. Enquanto isso, o frango vivo - a despeito do desempenho pouca coisa melhor - chega ao final de março valendo apenas 16% a mais que há um ano.

A redução da produção deixou de ser opção, agora está sendo imposta aos produtores.