FAO: preço dos alimentos (incluso o das carnes) recuou mundialmente em fevereiro

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Pela primeira vez nos últimos quatro meses, o preço mundial dos alimentos apresentou redução, influenciado sobretudo por uma queda acentuada nos preços de exportação de óleos vegetais, ocorrência motivada pelo temor de que o surto de coronavírus (COVID-19) diminua a demanda global – explica a FAO em seu comunicado relativo aos preços de fevereiro passado. As carnes não escaparam a essa queda de preço.

De acordo com a FAO, no mês passado seu Índice de Preços dos Alimentos (FPPI na sigla em inglês) retrocedeu à marca dos 180,5 pontos, recuando 1% em relação ao mês anterior. De toda forma, permanece mais de 8% acima do que foi registrado em fevereiro de 2019.

No tocante às carnes, especificamente, a FAO aponta que seus preços - embora quase 10% superiores aos do mesmo mês do ano passado – voltaram a recuar pelo segundo mês consecutivo, caindo pouco mais de 2% em relação a janeiro passado. Encontram-se, agora, na marca dos 178,6 pontos

A queda registrada foi determinada por três das quatro carnes acompanhadas pela FAO. E a perda maior (-11,11%) foi da carne ovina, cuja perda de preço foi induzida pela oferta crescente da Nova Zelândia, obrigada a sacrificar maior volume de ovinos devido à seca no país.

Na sequência vem a carne bovina (221,22 pontos). Seu preço recuou 2,87% em função, principalmente, da redução das importações pela China – reflexo das dificuldades de desembarque nos portos chineses, o que, por sua vez, ocasionou acúmulo de estoques nos principais países exportadores.

Comparativamente a essas duas carnes, a de frango permaneceu quase estável, pois seu preço recuou apenas 0,23% - devido, também, à menor importação asiática. Assim, permaneceu (pelo quinto mês consecutivo) na faixa dos 161 pontos, o que significa aumento de quase 3% sobre fevereiro de 2019.

Em síntese, pois, apenas a carne suína registrou aumento de preço. Ainda assim, de forma marginal, pois o incremento mensal foi de apenas 0,16%. E a estabilidade, neste caso, foi determinada não só pelos problemas de recepção de mercadoria nos portos chineses, mas também por lacunas no abastecimento por parte de produtores europeus.

No momento, o preço da carne suína mantém-se nos 145 pontos, o que significa que está a apenas 16 pontos de distância da carne de frango. Mas isso indica que as duas vêm registrando, em relação à média registrada entre 2002 e 2004 (100 pontos), quase a mesma evolução relativa de preços.

Sob esse aspecto, aliás, a FAO aponta que, nominalmente, as carnes de frango e suína alcançaram em fevereiro último - nas exportações brasileiras - os valores de US$1.604 e US$2.566 por tonelada, respectivamente. A relação de preços aí observada – carne de frango valendo pouco mais de 62% da carne suína – permanece a mesma registrada no ano de 2004 (carne de frango: média anual US$1.033/tonelada; carne suína: média anual de US$1.646/tonelada). Ou seja: em pouco mais de 15 anos as duas carnes valorizaram-se em torno de 55% - perto de 3% ao ano.

Índices FAO de preços das carnes



Data da Notícia: 06/03/2020
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