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Os embarques catarinenses ao exterior alcançaram U$S 4,175 bilhões no primeiro semestre deste ano, incremento de 16% em relação ao mesmo período de 2016, conforme dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC). São números a serem celebrados já que o Estado sofria quedas há dois anos, mas ainda estão abaixo do nível pré-recessão. Entre janeiro e junho de 2014 o valor atingiu U$S 4,486 bilhões.
"Isso é resultado do trabalho do empresariado para abrir novos mercados e reconquistar outros, com participação em feiras e missões. Já prevíamos que isso iria acontecer, a pesquisa da Fiesc já mostrava isso", diz a presidente da Câmara de Comércio Exterior da Fiesc, Maria Teresa Bustamante.
O maior avanço em valor vendido ao exterior no paralelo com 2016 foi o da carne suína - terceiro produto mais importante da pauta catarinense - que registrou aumento de 44%, impulsionado em parte pelas compras chinesas.
"Houve um trabalho forte feito nesse sentido, com visitas à China, e há mais plantas frigoríficas exportando", diz Ricardo de Gouvêa, diretor executivo do Sindicarne.
Com um acordo recém-fechado com a Coreia do Sul, as vendas catarinenses de proteína suína devem crescer ainda mais em breve. No momento, segundo o Sindicarne, o país asiático analisa quais plantas frigoríficas serão autorizadas a exportar. Há também tratativas com o México, ainda em fase incipiente, para abertura de mercado à proteína de SC.
Fora a carne suína, registraram incrementos importantes os embarques de soja (27%), especialmente por conta dos maiores volumes comprados pela China, e de motores elétricos (29%).
Entre os destinos, os Estados Unidos se consolidaram como o principal comprador de SC, posição reforçada por conta das exportações da fábrica da BMW, iniciadas no segundo semestre do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2016, a China era o principal destino dos navios que saíam do Estado. A Rússia também ganhou espaço, subindo da nona para a quarta colocação do ano passado para cá.
As compras de SC também cresceram em 2017, atingindo U$S 5,791 bilhões, aumento de 22% no paralelo com os primeiros seis meses de 2016. Com isso, a balança comercial fechou deficitária em U$S 1,616 bilhão, um pouco mais que o U$S 1,111 bilhão observado no primeiro semestre do ano passado. Desde 2010 o Estado registra maisimportações que exportações por conta de uma política de incentivo às compras do exterior.