Avicultura Industrial
As exportações de carne de frango in natura contribuíram para um superávit de US$ 3,1 bilhões da balança comercial brasileira registrado nas duas primeiras semanas de maio, de acordo com dados do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (Mdic). Apenas em oito dias úteis, o País exportou US$ 336,4 milhões desse produto.
Em valores monetários, a exportação de frango in natura em abril representou mais do que o dobro do volume exportado em maio, levando-se em consideração a média diária. Ou seja, enquanto em abril se exportou US$ 21 milhões por dia, em maio esse montante chegou a US$ 42,1 milhões.
Na comparação com maio de 2017, o avanço nas exportações do produto foi de 75,4%. Naquele período, o País enviou ao mercado externo US$ 24 milhões em carne de frango in natura por dia.
O avanço nos valores exportados, contudo, não foi acompanhado pelo volume. Nas duas primeiras semanas de maio, o Brasil enviou ao exterior 116 mil toneladas de frango in natura. Isso representa média de 14,5 mil t por dia, o que supera em 29,6% as 11,2 mil t diárias de abril.
Avaliação
O bom desempenho das exportações da carne de frango in natura brasileira, contudo, pode ser reflexo das mudanças de metodologia dos dados da balança comercial adotadas pelo Mdic. Essa é a avaliação da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA). “A partir da adoção do novo sistema, o levantamento passou a ser realizado com o efetivo embarque, o que gera uma lacuna de tempo e um delay no cômputo da informação”, aponta a entidade.
Também de acordo com a ABPA, o avanço nas exportações de carne de frango in natura pode significar uma situação momentânea dos dados, pois o cenário poderá mudar no decorrer do mês. Contudo, a entidade aguarda um saldo “significativamente positivo, decorrente do ajuste mencionado anteriormente e de eventuais incrementos de compras por mercados como China, México e África do Sul, aliado a taxa de câmbio”.
Apesar disso, continua a ABPA, os embargos à carne frango pela União Europeia devem gerar impactos a partir desta quarta-feira (16), com a publicação da lista de SIFs excluídos pelo bloco. “Antes disto, a retração das vendas para o bloco foi decorrente da auto suspensão de plantas pelo próprio Brasil”, ressalta.