Exportações de carne suína têm maior queda mensal desde 2015

Por que as exportações de carne suína tiveram a maior queda mensal em quase uma década? A retração registrada em novembro pegou o mercado de surpresa e reacendeu discussões sobre demanda internacional, competitividade e dinâmica interna de produção.

Os dados mais recentes da Secex, analisados pelo Cepea, mostram que as exportações de carne suína tiveram uma queda histórica em novembro de 2025. Apesar disso, o ano ainda acumula desempenho superior ao de 2024, enquanto os abates alcançam recordes e reforçam a força produtiva brasileira. Esta nota detalha os números, analisa os movimentos do mercado e contextualiza o impacto para os próximos meses.

Queda histórica nas exportações: 26,3% em um mês

Dados da Secex revelam que as exportações de carne suína despencaram 26,3% de outubro para novembro, somando 105,2 mil toneladas.

Foi a maior retração mensal desde dezembro de 2015, quando o recuo chegou a 28,5%.

Além de expressivo, o volume representa o menor embarque desde janeiro de 2025 e fica abaixo das 111,5 mil toneladas exportadas em novembro de 2024.

Acumulado do ano segue positivo e já supera 2024

Apesar do recuo pontual, o acumulado de janeiro a novembro aponta um cenário mais robusto.

O Brasil embarcou 1,35 milhão de toneladas de carne suína em 2025, ultrapassando todo o volume exportado em 2024, que fechou em 1,33 milhão de toneladas.

Esse desempenho mostra que, mesmo com oscilações mensais, o setor mantém competitividade no mercado global.

Produção interna em alta: abates batem recorde histórico

O Cepea, com base em dados do IBGE, aponta que o terceiro trimestre de 2025 registrou o maior volume de suínos abatidos da história.

Foram quase 1,5 bilhão de quilos produzidos entre julho e setembro.

Os números representam:

  • +5,3% frente ao 2º trimestre deste ano
  • +6,1% em relação ao mesmo período de 2024

A força produtiva interna contrasta com o recuo recente das exportações e levanta questões sobre o comportamento dos preços no mercado doméstico.

Sazonalidade explica parte da oscilação

Segundo analistas do Cepea, o movimento observado está alinhado ao padrão histórico da suinocultura brasileira.

O terceiro trimestre é tradicionalmente o pico de produção, enquanto o quarto trimestre apresenta redução natural do ritmo.

Essa sazonalidade contribui para entender o comportamento dos embarques e da demanda interna.

O que essa queda sinaliza para o mercado?

A forte retração nas exportações de carne suína pode indicar:

  • Redução temporária da demanda internacional
  • Competição mais acirrada com outros grandes exportadores
  • Ajustes logísticos e cambiais típicos do final do ano
  • Reorganização de contratos e fluxos comerciais

Ao mesmo tempo, o recorde de abates mantém o Brasil bem posicionado para reagir rapidamente em caso de retomada da demanda.

Conclusão: um mercado que desacelera no curto prazo, mas segue forte no ano

A queda de 26,3% nas exportações de carne suína em novembro acende sinal de alerta, mas não compromete o desempenho anual, que já supera 2024.

Com produção interna em alta histórica e sazonalidade típica do período, o setor deve acompanhar atentamente os próximos meses para avaliar recuperação de mercados e ajustes de oferta.

Fonte: AGRIMIDIA

Data da Notícia: 12/12/2025
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