CarneTec
As exportações brasileiras de carne de frango devem aumentar de 3-4% até o final deste ano, ante uma estimativa anterior de 2-2,5% no início do ano, impulsionadas pelas vendas mais fortes para a Venezuela e China, além do crescimento de demanda na Ásia, informou a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) nesta quarta-feira (16).
A produção de carne de frango no Brasil totalizou 6,09 milhões de toneladas durante os primeiros seis meses deste ano, um aumento de apenas 0,43% em relação ao ano anterior, enquanto o setor de carne suína produziu 1,4 milhão de toneladas no período janeiro-junho, queda de 0,57% em relação a igual semestre de 2013.
A relativa estabilidade de ambos os setores desde o ano passado destaca um novo balanço, impactado por um número menor de empresas que têm investido na expansão da produção ao longo dos últimos 12 meses, e cada setor tentando manter ou aumentar o consumo per capita no Brasil. Espera-se que a carne suína permaneça em 15 kg por habitante este ano, enquanto para a carne de frango a expectativa é por um ligeiro aumento, passando de 41,8 kg para 43 kg por pessoa.
As exportações de carne de frango para o semestre totalizaram 1,9 milhão de toneladas e receita de US$ 3,71 bilhões, um aumento de 0,6% e queda de 9,2%, respectivamente, ante um ano atrás. Os cinco principais mercados de exportação da carne de frango até junho foram Arábia Saudita (17%), União Europeia (10%), Japão (10%), Hong Kong (8%) e Emirados Árabes Unidos (7%).
As exportações de carne suína totalizaram 235.858 toneladas ao valor de US$ 698,86 milhões, queda de 1,9% e aumento de 10,9%, respectivamente, ante o primeiro semestre de 2013. O preço médio de exportação teve um salto de 57% ano a ano, impulsionado pela demanda em mercados afetados pela diarreia epidêmica de suínos (PEDv).
A ABPA espera que a China aprove mais sete plantas de aves (atualmente, tem 29 aprovadas) e uma planta de processamento de carne suína para exportação nos próximos meses. As plantas já foram visitadas por autoridades chinesas, e agora estão na fase final antes de ganhar a aprovação total, disse Ricardo Santin, vice-presidente de Aves na ABPA.
Um impulso para as exportações de carne de frango neste segundo semestre começa este mês. As 35 mil toneladas que tiveram seu embarque atrasado em junho, devido às inundações que interromperam as operações portuárias no sul, estão sendo enviadas em julho. Se não fosse por esse atraso portuário no mês passado, o primeiro semestre teria registrado um crescimento de 2% nas exportações de carne de frango, disse Santin.
O setor avícola brasileiro está na fase final de acesso para exportação ao Paquistão, notou Santin, enquanto o governo do Brasil está perto do estabelecimento de exportações de carne suína para a Coreia do Sul e México, com uma missão comercial programada para o México no final deste mês.
As autoridades brasileiras continuam a enfrentar barreiras com a África do Sul sobre as exportações de carne de frango. A África do Sul elevou a tarifa de importação de aves de 27% para 82%, reduzindo as vendas brasileiras em 16% em volume e 51% em receita de janeiro a maio.
Uma barreira tarifária de quase 100% imposta pela Índia em cortes e itens processados de carne de frango também tornou este mercado inviável para as exportações brasileiras no momento, informou a ABPA.