Exportação menor subverte oferta interna de carne de frango

AviSite

Há menos de um mês o AviSite observou que, em função da produção decrescente de pintos de corte, podia-se esperar para junho de 2018 volume de carne de frango inferior a 1 milhão de toneladas – o que, se ocorresse, seria resultado praticamente inédito para a corrente década.

Porém, nada ocorreu como se imaginava. Pois ainda que o volume de aves em criação tenha sido visivelmente inferior ao de meses anteriores, o fraco desempenho das exportações acabou gerando um inesperado adicional de frangos para o mercado interno. O resultado final, pelas estimativas da APINCO, foi uma produção da ordem de 1,026 milhão de toneladas de carne de frango.

É verdade que essa produção ficou mais de 6% aquém das registradas no mês anterior e no mesmo mês de 2017, além de corresponder a um dos menores volumes da década. Mas o simples fato de as exportações terem recuado de forma significativa (queda de 36,52% sobre junho de 2017; e de, praticamente, 30% sobre o mês anterior) neutralizou totalmente a menor produção.

Neste caso, os efeitos já não são tão simples. E não só porque o produto não exportado acabou redirecionado para o mercado interno, mas também – e principalmente – porque acabou adquirindo um volume de carne expressivamente superior ao que teria se fosse encaminhado para o mercado externo.

O efeito decorrente, em suma, foi uma oferta interna que – esperada em no máximo 700 mil toneladas – acabou ficando próxima das 800 mil toneladas, resultado cerca de 4% superior ao do mês anterior e mais de 8% acima do registrado em junho de 2017. Isto, supondo-se que a produtividade dos lotes em criação tenha se mantido constante, o que, tudo indica, não ocorreu, pois o incremento de produtividade das atuais linhagens vem sendo contínuo.

Em termos semestrais, a produção de carne de frango registrou queda inferior a 2%. Mas como as exportações do período retrocederam mais de 13%, a disponibilidade interna do produto acabou sendo mais de 3% superior. Bem acima não só do crescimento vegetativo da população, mas também da capacidade aquisitiva do consumidor que, sem dúvida, encolheu em relação ao primeiro semestre de 2017.

Carne de frango



Data da Notícia: 19/07/2018
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