Exportação de suínos atinge nível histórico, mas preços ao produtor oscilam

O agronegócio brasileiro demonstrou uma força exportadora extraordinária em setembro de 2025, estabelecendo novos marcos históricos para as cadeias de proteína animal. O setor de suinocultura liderou o desempenho, registrando o maior volume mensal já embarcado, com 151,6 mil toneladas (incluindo produtos in natura e processados). A carne bovina acompanhou o ritmo e também bateu seu recorde de embarques. Somadas à carne de frango — que continua em recuperação após o foco de Influenza Aviária em maio —, as três proteínas ultrapassaram, pela primeira vez, a marca de 900 mil toneladas exportadas em um único mês.

A performance da suinocultura é um destaque consistente em 2025. No acumulado do ano (janeiro a setembro), os embarques de carne suína in natura já somam 985 mil toneladas, um avanço de 14,28% (mais de 123 mil toneladas) sobre o mesmo período de 2024. Este crescimento é sustentado por uma diversificação de destinos, com as Filipinas se consolidando na liderança (absorvendo 30% dos envios de setembro), seguidas pela China, e com um crescimento notável nas compras de Japão, México e Vietnã.

Apesar da demanda externa aquecida, o mercado doméstico do suíno vivo apresenta forte instabilidade e não reflete o otimismo internacional. A cotação da carcaça suína especial, que atingiu seu pico anual em setembro — impulsionada exatamente pela necessidade da indústria em suprir os contratos de exportação —, registrou um recuo significativo na primeira quinzena de outubro. A prova de que a exportação sustentou os preços veio da análise regional: Minas Gerais, estado com o maior rebanho independente, viu suas cotações despencarem em meados de setembro, tornando-se a praça mais barata do país, enquanto os estados do Sul (origem de 90% das exportações) mantiveram seus preços mais firmes.Enquanto o mercado suíno oscila, as outras proteínas seguem caminhos distintos: o frango apresenta recuperação de preços no atacado, coincidindo com a retomada das exportações; e o boi gordo segue com cotações estáveis, indicando que a virada do ciclo pecuário ainda não ocorreu. Para os custos de produção, o cenário é de estabilidade. O primeiro levantamento da Conab para a safra 2025/26 projeta uma nova alta na produção de soja (+3,6%, para 177,6 milhões de toneladas) e um leve recuo no milho (-1,8%, para 138,6 milhões), mas sem qualquer risco de escassez do cereal, que apresenta exportações abaixo do esperado e cotações estáveis.

Segundo Marcelo Lopes, presidente da ABCS, o recuo nos preços do suíno em setembro, especialmente em Minas Gerais, foi sentido pelo produtor independente. Contudo, o mercado já sinaliza estabilização em meados de outubro. “A tendência é de alta à medida que se aproxima de novembro, que historicamente é o mês de melhor preço para o suinocultor”, explica Lopes. A expectativa de um clima favorável para a safra de grãos deve contribuir para manter os custos de produção sob controle.

Fonte: ABCS

Data da Notícia: 20/10/2025
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