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Completando o primeiro quadrimestre de 2017, os 10 principais importadores da carne de frango norte-americana propiciaram ao país um aumento anual (sem dúvida significativo) de 15% no volume adquirido.
O detalhe, aqui, é que esse aumento esteve concentrado em quatro países: África do Sul (que, ao registrar aumento não muito distante dos 200%, saltou da 17ª para a 7ª posição), Cazaquistão (aumento de mais de 100% e passagem da 16ª para a 9ª posição), Angola (também mais de 100% de aumento, passando da 8ª para a 3ª posição) e Cuba (há um ano sexto; agora, segundo maior importador da carne de frango dos EUA, graças à aquisição de um volume 66% maior).
Ou seja: entre os 10, três importadores (Hong Kong, Guatemala e Filipinas) registraram aumentos moderados, de 3% a 8%, enquanto os três restantes (México, Taiwan e Canadá) reduziram o volume anteriormente adquirido. E se o grupo dos 10 permanecesse com os mesmos integrantes do ano passado (saíram Iraque e Chile), o incremento no quadrimestre teria sido de apenas 2%. Porque o Iraque reduziu a importação em mais de 50% e o Chile em quase 10%.
Analisando-se a representatividade desse grupo nas exportações brasileiras do primeiro quadrimestre de 2017 constata-se que apenas dois deles reduziram suas importações: Cuba e Filipinas.
É possível observar, ainda, que nesse grupo dois países também estão entre os 10 principais importadores da carne de frango brasileira: Hong Kong e África do Sul. O preocupante é constatar é que enquanto as importações sul-africanas do Brasil aumentaram 19%, as dos EUA cresceram dez vezes mais – 190%.
Esse crescimento é resultado de uma ampla abertura do mercado sul-africano às importações norte-americanas, depois de ameaças de retaliação comercial à África do Sul. Com ela, o volume proveniente dos EUA há um ano – correspondente a menos de 20% do exportado pelo Brasil naquele quadrimestre – agora representa mais de 45% das exportações brasileiras para a África do Sul.
De toda forma, excetuados Hong Kong e África do Sul, os principais importadores dos EUA vêm tendo menor participação nas exportações brasileiras. No primeiro quadrimestre de 2017, por exemplo, os cinco países remanescentes atendidos também pelo Brasil.