Escoamento ainda perde R$ 3,5 bilhões ao ano

DCI

Uma das principais melhorias no processo de escoamento de grãos foi o avanço nos portos do Arco Norte, que já responderam por cerca de 19 milhões de toneladas embarcadas neste ano.

O problema, no entanto, é o caminho que a produção percorre até chegar à costa, alternado entre ferrovias e rodovias. Só com a má qualidade do pavimento, o setor ainda perde R$ 3,58 bilhões anualmente e no que depender do nível de confiança dos transportadores, modificações no cenário são esperadas apenas para depois de 2017.

Peso do transporte

Partindo do pressuposto que o maior polo produtivo de commoditiesagrícolas é o Centro-Oeste, a despesa com transporte é uma das mais pesadas na conta do produtor rural. Um levantamento da Confederação Nacional do Transporte (CNT) mostra que o pavimento rodoviário encarece em 30,5% o custo operacional do agricultor que exporta soja ou milho.

"Evoluímos muito pouco no modal rodoviário neste ano. Tivemos poucos investimentos do Dnit . No trecho [da BR-163] que vai do Mato Grosso até Miritituba (PA) só foram pavimentados 26 km em um ano, isso é muito ruim", afirma o presidente da Câmara Setorial de Infraestrutura e Logística, Edeon Vaz Ferreira.

"Só teremos diferença de valor no agronegócio quando estivermos com tudo pavimentado, até lá o frete será muito alto", acrescenta o executivo que também é coordenador do Movimento Pró Logística, organização liderada pela Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja).

Investimentos

Os R$ 3,58 bilhões de prejuízo equivalem, aproximadamente, a 24% do investimento público federal em infraestrutura de transporte em 2014.

Aportes necessários

Para minimizar os, o governo federal lançou em meados de junho a segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística (PIL). Esta fase prevê a concessão de aproximadamente sete mil quilômetros, com um investimento na ordem de R$ 66,1 bilhões, focado na ampliação de capacidade e aumento da segurança das rodovias.

Do total, são R$ 50,8 bilhões referentes a novas concessões a serem realizadas ao longo de 2015 e 2016 e R$ 15,3 bilhões em novos investimentos em concessões já existentes.

"Projetos como o PIL foram bons anúncios, mas não saíram do papel", rebate o diretor executivo da CNT, Bruno Batista. Ao DCI, ele explica que o Brasil vive um dilema na infraestrutura por ter postergado investimentos necessários que foram identificados há mais de cinco anos, quando havia um ambiente mais favorável para aportes estrangeiros, por exemplo.



Data da Notícia: 23/12/2015
Tags: Economia
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