GCN
O engenheiro agrônomo José Camilo Mendonça em granja em Cristais Paulista: projeto quer aumentar número de animais de seis mil para 16 mil em 2017
Uma crise econômica na metade da execução de um projeto de expansão de quatro anos poderia obrigar uma redução no ritmo de investimento ou mesmo seu adiamento e paralisação. Mas com uma boa dose de otimismo e uma experiência de 20 anos no setor de suinocultura, sendo 18 deles à frente da Camari Carnes Suínas, em Cristais Paulista, o engenheiro agrônomo José Camilo Mendonça não retraiu. Pelo contrário, ciente de que toda crise tem um final, o empresário - que é o décimo primeiro personagem da série “Vencendo a Crise” publicada pelo Comércio - deu andamento ao projeto e em pouco tempo conseguiu ampliar o seu plantel de 6 mil animais para 11 mil. A meta é chegar a 16 mil suínos em 2017.
“Projetamos a expansão em 2013, pois era o momento de fazê-la. A crise veio depois e, ao contrário de muitos, não desaceleramos. Sabemos que ela é cíclica, então acreditamos e demos continuidade”, disse o empresário que ao longo do período investirá R$ 7 milhões.
Para aumentar o número de animais, Mendonça, que até então possuía duas granjas, sendo uma arrendada, adquiriu uma nova propriedade, também em Cristais Paulista, e nela instalou uma terceira unidade. “Começamos do zero e investimos em instalações com alta tecnologia, onde há toda uma preocupação com a sanidade animal, a nutrição e o bom manejo da granja”.
O empresário afirma que em nenhum momento pensou em reduzir ou interromper o projeto e sim apostar nele como diferencial. “Com instalações melhores, consigo aumentar o rendimento dos animais e oferecer mais qualidade. Precisamos ser diferentes para conquistar mercado”. Cada fêmea tem em média 2,5 partos ano com uma produtividade de 31 leitões por parto.
Embora saiba da existência de muitos mitos em torno da carne suína e da queda de consumo diante de uma economia enfraquecida, Mendonça também manteve a produção de 150 toneladas de carne por mês sem alteração e sequer almejou reduzir o quadro de colaboradores. Na realidade, devido as obras dos novos galpões, a empresa precisou contratar e criar uma equipe de construções. Hoje, cem pessoas trabalham para a Camari, incluindo a indústria e granjas. Além disso, mais admissões estão previstas. “Tudo o que planejamos para 2015 estamos alcançando. A proposta era crescer 5% e isso já foi possível no primeiro semestre, mesmo diante da crise. Se houve queda no consumo, para nós não ocorreu. Acredito que muitos consumidores migraram do bovino para a ave e o suíno”, comemorou o empresário.
Economias
Com a ideia de que crescer é a única saída quando não se pensa em retração, José Camilo Mendonça disse que além do investimento em granja e na ampliação do número de animais, também ofereceu treinamento para seus funcionários e elaborou medidas para melhor administrar os desperdícios da empresa.
Entre as iniciativas estão um maior controle das embalagens para evitar perdas e um melhor uso do tempo. “Temos funcionários conscientes, com isso conseguimos aumentar o volume e ter mais aproveitamento no dia”.
No novo modelo de granja, o empresário consegue ainda reduzir o consumo de água e com isso poupar o recurso hídrico e fazer com que o negócio seja sustentável, pois o material da cama dos animais é reutilizado posteriormente como adubo na agricultura. “Foi preciso fazer uma gestão reflexiva para a redução de gastos”.