Embrapa apresenta Protocolo Carne Baixo Carbono: redução de 35% nas emissões da pecuária

O pesquisador Roberto Giolo, da Embrapa Gado de Corte, realizou a primeira apresentação técnica do Protocolo Carne Baixo Carbono (CBC) na AgriZone da COP30. A iniciativa, desenvolvida em parceria com a Marfrig (MBRF) desde 2018, é um modelo de negócios inédito que alinha sustentabilidade, rastreabilidade e valorização econômica da propriedade rural.

A calculadora de carbono desenvolvida pela Embrapa indica que o protocolo já resultou em uma redução de 35% na intensidade de emissão de carbono das propriedades adotantes, em comparação com a média da pecuária de corte brasileira.

Validação Científica e Modelo Acessível

Giolo apresentou dados que comprovam que pastos bem manejados podem superar a mata nativa na remoção de carbono do solo no Cerrado, na Amazônia e na Mata Atlântica. A validação, realizada entre 2020 e 2023 em fazendas comerciais, mostrou estoques de carbono no solo maiores nas áreas que adotaram os critérios do protocolo em comparação com a vegetação nativa.O protocolo conta com 67 critérios, sendo que para iniciar a certificação o produtor precisa atender apenas 20 critérios mínimos, com uma perspectiva de melhoria contínua. Ele pode ser usado em todos os biomas, exceto áreas alagadas, e é considerado um modelo abrangente e acessível. A ONG Amigos da Terra – Amazônia Brasileira elaborou um guia simplificado para sua implementação, apoiando o projeto.

Mercado, Expansão e Transparência

  • Mercado: Leonel Almeida, da MBRF, revelou que a empresa já mapeou quase 700 propriedades com potencial para adesão imediata ao protocolo, representando de 250 mil a 300 mil animais. O executivo afirmou que a iniciativa coroa as boas práticas e alinha-se ao modelo de produção de carne brasileiro.
  • Expansão para Outras Culturas: Carina Rufino, da Embrapa Soja, anunciou que o modelo CBC será adaptado para outras culturas. Em 2026, será lançado o protocolo de baixo carbono para soja, com potencial de 30% de redução nas emissões, e há planos para sorgo, leite, trigo e milho. Produtores com o selo CBC terão facilidade em obter a certificação da soja.
  • Transparência: Mauro Armelin, da Amigos da Terra – Amazônia Brasileira, destacou o papel do protocolo na transparência da cadeia. A campanha ‘Siga o Rastro’ utiliza o protocolo para auxiliar os consumidores a fazer escolhas sustentáveis.

O protocolo alinha-se aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), às diretrizes do IPCC e aos critérios ESG, posicionando o agronegócio brasileiro como parte da solução climática global. O protocolo já conta com quatro certificadoras credenciadas e utiliza a plataforma Agri Trace Animal da CNA para rastreabilidade.

Fonte: AGRIMIDIA

Data da Notícia: 21/11/2025
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