O mercado da soja na Bolsa de Chicago teve uma nova sessão de altas e baixas nesta quarta-feira (16) e deverá manter essa tendência até que mais informações concretas cheguem para firmar uma melhor direção para as cotações. Nesse ambiente, mais uma vez, os preços terminaram o dia com estabilidade.
As pequenas altas entre as cotações mais negociadas ficaram entre 0,75 e 1,25 ponto, com o março valendo US$ 8,94 e o maio, US$ 9,08.
"A especulação não possui fortes “munições” (notícias) para manter uma tendência específica. Além do mais, assim como estamos ressaltando há semanas, sem os relatórios do USDA o mercado fica sem uma definição de tendência de longo-prazo, enfrentando dificuldades de sustentar as altas ou pressionar as quedas", explicam os analistas da ARC Mercosul.
Com toda essa indefinição, falta força para movimentos mais bruscos do mercado neste momento.
Que as perdas foram severas na produção brasileira, o mercado já sabe e em parte já as precificou. No entanto, ainda como explica o chegfe do setor de grãos da Datagro, Flávio França, é necessário saber suas reais proporções e entender que as mesmas, ao menos até este momento, são insuficientes para promover uma mudança muito drástica no cenário global de oferta. Dessa forma, uma mudança também muito drástica nos preços na Bolsa de Chicago.
"As perdas são muito ruins para o produtor, mas não mudam muito o quadro geral. E com as recentes chuvas, as perdas estão estabilizadas", explica. Ainda assim, porém, afirma que caso as adversidades climáticas tirem ainda mais do potencial produtivo da safra e a quebra aumente, o mercado internacional pode sim reagir.
Mercado Brasileiro
Nos portos brasileiros, permanceu a estabilidade entre os preços da soja no porto de Paranaguá, que ainda têm R$ 75,10 para fevereiro. Já no disponível, alta de 0,95% para R$ 74,00 por saca, acompanhando o avanço do dólar nesta quarta.
Em Rio Grande, por outro lado, novas baixas. O spot perdeu 0,41% para R$ 73,70 e o mês seguinte fechou com R$ 73,30 e queda de 0,27%.
Os novos negócios são raros ainda no Brasil diante dessa pressão severa sobre os preços, com a comercialização mal chegando aos 35%. Os produtores evitam, portanto, ir a mercado com tantas indefinições montando o cenário atual.