Efeito da operação Carne Fraca faz avicultores cortarem gastos e investimentos

CanalRural

Os produtores de aves também sentiram os efeitos da operação Carne Fraca. As exportações caíram em abril, e, apesar de analistas acreditarem em recuperação, avicultores preferem cortar os gastos e segurar os investimentos, pelo menos por enquanto.

O avicultor Edson Bassi possui cerca de 95 mil frangos em cinco aviários em Holambra, no interior de São Paulo. Mas o número já foi maior. Os alojamentos tinham mais de 102 mil aves. Para ele, a queda é consequência da operação Carne Fraca.

“Sabíamos que isso teria reflexo a curto ou longo prazo porque o Brasil exporta 35% da sua produção. Se esse frango todo entrar para o mercado interno, ia impactar muito na oferta do produto. Tendo essa oferta, consequentemente teria uma redução na produção. Chegar em nós produtores mais cedo ou mais tarde", analisa Bassi.

Com o faturamento reduzido, a alternativa foi fazer cortes em custos para equilibrar o valor de produção e não fechar as contas no vermelho.“Acabamos deixando um pouco a parte de mão de obra. Tentamos fazer coisas sem ter que pagar funcionário", conta.

Em abril, as vendas de carne de frango para o mercado externo caíram 23% em relação ao mesmo período do ano passado. E a razão quase todo mundo sabe: reflexo da operação Carne Fraca, que fez com que vários países consumidores deixassem de comprar a proteína brasileira.

Em abril, foram exportadas 323 mil toneladas. Em receita, a queda chegou a 11%. Para quem trabalha no setor, nos próximos meses a tendência é de melhora.

O analista de mercado José Carlos Hausknecht acredita em recuperação, mas ainda não sabe qual é o total efeito das restrições.

“Provavelmente, com passar do tempo, isso vai melhorar. A partir de agora começa uma recuperação. As restrições são menores, mas é difícil de medir quanto que isso vai afetar nos próximos meses", conta.

Enquanto a confiança do consumidor estrangeiro não é restabelecida, os produtores seguem cautelosos.

“Espero volte a confiança, mas aí vai depender muito do mercado, se as exportações vão voltar ao normal”, completa Bassi.



Data da Notícia: 12/05/2017
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