A
Associação Comercial e Industrial de Chapecó (ACIC) comemora o lançamento, pelo
Governo do Estado do Paraná, nesta terça-feira (21), em Curitiba, da consulta
ao edital de leilão da Nova Ferroeste. A linha férrea ligará Maracaju, no Mato
Grosso do Sul, ao Porto de Paranaguá, no Paraná, com um ramal ao oeste de Santa
Catarina, impactando diretamente 67 municípios.
O
presidente da ACIC, Lenoir Broch,
participou do lançamento do edital e enfatizou a importância dessa ferrovia
para escoamento da produção e para o transporte de matérias-primas para
garantir o desenvolvimento e a competitividade da região oeste catarinense. “A
ferrovia é uma reivindicação da ACIC há mais de 30 anos. A ACIC defende a
construção de uma ferrovia ligando o oeste catarinense ao centro-oeste
brasileiro – passando pelo trecho Chapecó-Cascavel – por ser imprescindível porque
o desenvolvimento e o futuro dessa região barriga-verde dependem de uma
ferrovia ligando essas duas regiões. Esse trecho vem sendo debatido desde o ano
passado e reuniu diversas entidades de Santa Catarina”, frisou.
Para
estimular investidores a se interessar pelo ramal Chapecó-Cascavel um grupo de
entidades catarinenses – Sindicarne/Acav, Acic, CEC, Faesc, Fiesc, Facisc e
Ocesc, além da ABPA – desembolsou 750 mil para pagar o estudo de viabilidade
econômica, técnica e ambiental para demonstrar as condições do empreendimento.
A execução desse projeto tornará suportável a megaoperação de transferência de
grãos para Santa Catarina e dos produtos acabados para os portos do Paraná.
“Unimos forças em um forte movimento de cooperação com o objetivo de acelerar o
projeto e, consequentemente, a construção do ramal ferroviário”, salientou
Broch.
O
agronegócio em Santa Catarina representa 30% do PIB estadual e contribuiu com
70% das exportações. Santa Catarina é o maior produtor brasileiro de suínos e
detém a vice-liderança na produção de aves. A insuficiente produção catarinense
de milho e farelo de soja para alimentar a agroindústria da carne obriga o
Estado a importar cerca de 5 milhões de toneladas do centro-oeste brasileiro e,
suplementarmente, do Paraguai e da Argentina – com imensas despesas com o
transporte rodoviário.
O
governador do Paraná, Ratinho Junior,
reforçou que a ferrovia que corta o Paraná é essencial para a transformação do
Estado em hub logístico da América do Sul. “Conectaremos Santa Catarina, Mato
Grosso do Sul e, com o ramal de Foz do Iguaçu, também o Paraguai. Isso
viabiliza a ligação férrea com a Argentina e Chile, até Antofagasta, criando o
corredor bioceânico multimodal que vai ligar o Pacífico ao Atlântico, tendo o
Paraná como protagonista. Diversos empresários participaram hoje desta última
fase da Ferroeste que é a consulta pública para ir para à Bolsa de Valores.
Cumprimento os empresários de Santa Catarina que acreditam nesse que é o maior
projeto férreo do Brasil da atualidade e o mais sustentável do mundo. Isso
demonstra que quando a classe produtiva e o poder público trabalham
conjuntamente conseguimos tirar do papel projetos históricos”, destacou.
SOBRE O EDITAL
A
contraprestação mínima, o chamado lance inicial, é de R$ 110 milhões, valor que
será revertido integralmente para a Estrada de Ferro Paraná Oeste S.A.,
administradora do atual trecho em operação. A partir da divulgação do documento
há um intervalo para receber contribuições da sociedade, o que vai até 15 de
julho. A publicação oficial do projeto só acontecerá com a emissão da Licença
Prévia Ambiental, prevista para o segundo semestre. É o que permite o pregão na
Bolsa de Valores (B3). A previsão é que a concorrência ocorra ainda no segundo
semestre deste ano. O acordo é válido por 99 anos.
O
investidor privado que arrematar a ferrovia será responsável pela construção do
trecho completo, de 1.567 quilômetros, incluindo os ramais entre Foz do
Iguaçu/Cascavel, Chapecó/Cascavel e Dourados/Maracaju. Porém, como forma de
atrair mais investidores para o leilão, a cessão onerosa da Nova Ferroeste será
subdividida em cinco contratos, sendo quatro de autorização e um de adesão. Os
primeiros estudos do ramal com Chapecó já estão no projeto, restando ao
investidor que arrematará o projeto a confecção dos trabalhos ambientais.
O
documento prevê um investimento total de R$ 35,8 bilhões, incluindo o trecho
Cascavel/Chapecó, com obrigação de começar as obras pela ligação entre Cascavel
e Paranaguá (contrato de adesão). O investidor tem até 2029 para concluir a
construção desta parte da ferrovia, a um custo estimado de R$ 14,5 bilhões – o
valor inclui o material rodante.
* Com informações da Agência Estadual de Notícias do Governo
do Paraná