Desempenho do ovo em setembro de 2014

Avisite

O ovo viveu, em setembro, situação oposta à do frango. Pois enquanto este alcançou no mês a melhor cotação do ano, o ovo teve seu pior momento de 2014.

Isso quer dizer, em suma, que além de recuar em relação ao mês anterior, o preço do produto no mês ficou ainda aquém do fraco resultado obtido no primeiro mês do corrente exercício – ocasião em que foi registrado um recorde negativo que persistiu por dois anos e meio.

Pois com o ocorrido em setembro passado a situação ficou ainda pior, visto que a cotação média do mês foi quase um quarto menor (-23,09%) que a do mês anterior, ao mesmo tempo em que caiu mais de 30% em comparação a setembro de 2013.

Resultado final: a menor remuneração dos últimos trinta e dois meses, ou seja, desde fevereiro de 2012. Ou, em valores nominais, um retrocesso ao primeiro semestre de 2007, período em que a cotação média do ovo foi de R$40,52/caixa. Ou, apesar dos mais de sete anos decorridos, um valor ligeiramente superior (nominalmente, destaque-se!) ao que se obteve agora, em setembro de 2014.

A queda de preços em setembro de cada novo exercício não representa novidade para o setor de postura. Pois o mês da Primavera marca, também, a intensificação do período de safra do ovo, processo que se estende por todo o quarto trimestre do ano e que só é revertido (mas nem sempre) em dezembro, devido ao consumo das Festas.

Mas em 2014 a chegada da Primavera está sendo absolutamente anormal para a postura. Pois enquanto, normalmente, os preços do mês, mesmo decrescentes, se situam perto de 2,5% acima da média do ano anterior (estudo abrangendo os últimos 13 anos, ou seja, de 2001 a 2013), desta vez o que se constata é um decréscimo de mais de 30% em relação à média de 2013.

Atribuir esse mau resultado à queda do consumo ou, mesmo, a uma eventual concorrência da avicultura de corte é acusação que não se sustenta. E o que resta é a evolução do alojamento de pintainhas de postura que (consideradas apenas as aves ora em produção alojadas num espaço de 12 meses) aumentou perto de 8% e agora ultrapassa a casa dos 92 milhões de cabeças.

Naturalmente, aumento desse nível não chega a ser tão expressivo a ponto de ocasionar os estragos que vêm sendo verificados. Mas se considerarmos que no mesmo espaço de tempo anterior já havia sido registrado aumento, também, de cerca de 8%, chega-se à efetiva raiz do problema. Pois enquanto, nos últimos dois anos, o consumo, se não sofreu deterioração, apenas se manteve, o plantel de poedeiras aumentou 16%. Só podia dar no que deu.

ovo



Data da Notícia: 01/10/2014
O SINDICARNE / ACAV / AINCADESC utiliza cookies para a geração de estatísticas nos acessos do site, essas informações são armazenadas em caráter temporário exclusivamente para esta finalidade. Ao utilizar nossos serviços, você concorda com o monitoramento.