Desempenho do ovo em outubro de 2014

Avisite

Pela primeira vez em seis meses o ovo obteve preço médio superior ao do mês anterior – um acréscimo de 7,62% sobre setembro de 2014.

Mas isso não tem grande significado para o setor produtivo visto que, também nos últimos seis meses, a cotação média mensal do ovo vem ficando aquém daquela observada um ano antes. Em outubro último, por exemplo, o valor registrado foi 12,70% menor que o de outubro de 2013.

Em outras palavras, o valor médio alcançado no mês só ficou acima, neste ano, das médias registradas em janeiro e setembro. Porém, comparativamente à melhor remuneração de 2014 (abril), o que se constata é uma queda de quase 40%.

Sob esse aspecto, aliás, é interessante avaliar a perda de poder aquisitivo do ovo em relação à sua principal matéria-prima, o milho. Pois entre o final de março e o início de abril, ainda que o milho estivesse mais caro que atualmente, uma caixa de ovos adquiria 2,42 sacas de milho. No final de outubro (e ainda que o mês tivesse sido encerrado com uma cotação melhor que a do final de setembro/14), o poder de compra do ovo recuou para 1,57 saca de milho – queda de 35% no espaço de sete meses.

Notar, além disso (tabela abaixo), que um ano atrás, em outubro de 2013, o ovo registrou aumento em relação ao ano anterior, mas de apenas 1,69%. E isso combinado com a redução de 12,7% neste último outubro, significa que a remuneração mais recente ficou, nominalmente, aquém da obtida no mesmo mês de 2012, tanto em valores reais como nominais.

Em conclusão: este foi o pior outubro dos últimos três anos. Ou, sem exageros, dos últimos quatro anos. Pois ainda que o valor médio mais recente tenha sido superior ao de outubro de 2011, o incremento registrado foi de apenas 6,3%, índice ínfimo frente à inflação acumulada nos últimos quatro anos, muito próxima dos 20%.

Na média dos últimos 13 anos (2001/2013), o ovo alcançou em outubro preço equivalente a, praticamente, o mesmo valor médio do ano anterior. Desta vez, ficou a menos de 75% desse valor e assim – em oito dos últimos 10 meses – registra remuneração inferior à média desses 13 anos. É algo difícil de reverter no bimestre final de 2014.