Avisite
Têm sido raras as vezes em que o décimo primeiro mês do ano se mostra favorável ao setor de postura. Nos últimos 10 anos, por exemplo, o preço alcançado em novembro foi ligeiramente superior (+1,1%) ao de outubro, mas ainda inferior (-1,5%) ao de setembro. Isso sem contar que nesses três meses (setembro, outubro, novembro) a cotação nominal registrada fica de 6% a 8% abaixo do valor atingido quase um ano antes, em dezembro do ano anterior.
Mas novembro de 2013 foi particularmente nefasto para a atividade. Tanto que, em vez de aumento em relação a outubro, enfrentou-se retrocesso próximo de 15%. E se, tradicionalmente, o valor do mês tem ficado 1,5% abaixo do alcançado em setembro, desta vez a queda foi superior a 27%, fazendo com que o valor médio recebido pelo produtor retrocedesse ao menor patamar dos últimos 22 meses.
O resultado é reflexo, primeiro, da intensificação da Primavera (fotoperiodismo crescente), da qual advém natural aumento da produtividade. Porém, foi agravado pela manutenção de grande volume de poedeiras além da idade ideal – medida necessária quando houve déficit de produto (primeira metade do ano), mas dispensável a partir do instante em que a produtividade passou a aumentar. Só que o setor não efetuou os descartes no momento oportuno.
Não fosse isso suficiente, um fator extrínseco à atividade veio agravar ainda mais as condições do mercado: a decisão adotada por empresas exportadoras de carne de frango de reduzir a oferta do produto no mercado internacional, visando à recuperação de preços do produto. Isso, em última instancia, traduziu-se no aumento de ovos [férteis] destinados à industrialização em momento em que a indústria [processadora de ovos] já se encontrava suficientemente abastecida. Resultado: desestabilização ainda maior do mercado e queda bem mais acentuada de preços.
Tudo indica que a concorrência inesperada já foi superada. E o novo mês, de Festas, antecipa um movimento de recuperação das condições de comercialização. Mesmo assim o setor precisa se manter atento à evolução do mercado, normalmente ativo apenas nos primeiros 15-20 dias do mês. Ou seja: passado o período festivo, fatos ainda mais desagradáveis poderão ocorrer se medidas apropriadas não forem adotadas.