Avisite
Depois do susto enfrentado em janeiro – quando a remuneração obtida pelo produto retrocedeu ao pior valor nominal dos dois últimos anos – o ovo entrou em período de franca recuperação.
O processo, aliás, teve início ainda em janeiro, na segunda quinzena, fazendo com que em pouco mais de 30 dias o produto obtivesse valorização superior a 50%, desempenho aparentemente inédito na história do setor em se tratando de tão curto espaço de tempo.
Contribuiu para esse desempenho a verdadeira “limpeza” feita no plantel, com o descarte das poedeiras mais velhas, muitas delas mantidas além da idade de descarte ideal desde o ano passado.
Mas não só. As temperaturas escaldantes do presente Verão afetaram profundamente a produtividade das aves em produção, fazendo com que o volume de ovos produzidos recuasse de forma sensível. E como, na outra ponta, o consumo (aí inclusa a merenda escolar) retornou à sua marcha normal, o preço médio do mês acabou subindo mais de 34% em relação ao mês anterior.
Mas não foi o suficiente. Pois, mesmo assim, a remuneração obtida pelo produtor de ovos em fevereiro foi apenas a melhor dos últimos cinco meses. Ou seja: continuou aquém do que foi obtido entre fevereiro e setembro de 2013, o que significa, também, que o preço médio mais recente permaneceu inferior – agora pelo quarto mês consecutivo – ao do mesmo período do ano passado.
O grande problema é que os custos caminham, fortes, na direção oposta. São maiores que os registrados em fevereiro de 2013, enquanto a cotação do produto recuou 14,29% em relação àquele mês.
Aliás, a queda não está restrita ao mesmo mês do ano passado. Pois, considerado o valor médio alcançado pelo ovo no primeiro bimestre de 2014, seu preço é inferior às médias registradas em 2012 e 2013.
Quer dizer: ainda há muito a conquistar. A expectativa é a de que a chegada da Quaresma propicie a recuperação plena.