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O frango vivo negociado no interior paulista encerrou o terceiro mês de 2016 da mesma forma como começou: cotado a R$2,80/kg, valor que vem desde 18 de fevereiro passado e que, portanto, completou, em 31 de março, 43 dias sem qualquer alteração.
Como esse foi, igualmente, o valor médio do mês, o desempenho de março torna-se, também, o melhor do corrente exercício. O que, diga-se de passagem, não tem qualquer significado prático-econômico. Pois, de um lado, o ganho em relação a janeiro (segundo melhor resultado do ano) mal cobre a inflação do período e, de outro lado, porque a média ora registrada mantém o frango vivo com valor nominal ainda inferior ao de dezembro de 2015 ou, mesmo, dos últimos quatro meses do ano passado.
De toda forma, após três meses consecutivos em que os preços retrocederam em relação ao mês anterior, março foi fechado com uma variação mensal positiva de 5,41% no preço médio – ganho praticamente inédito, pois, normalmente, o terceiro mês do ano é marcado por preços inferiores aos de janeiro e fevereiro.
Tal resultado, claro, deveria ser recebido com entusiasmo. Mas não é o caso – pelo menos desta vez. Pois a manutenção de preços e o ganho mensal obtido neste momento são típicos de uma redução de oferta – fato que denuncia a dificuldade crescente do setor em manter o ritmo previsto de produção após as explosões de preço do principal insumo do setor, o milho.
Feitas as contas, observa-se que embora o preço médio alcançado neste primeiro trimestre tenha ficado mais de 16% acima do registrado em idêntico período do ano passado, permanece (situação já apontada pelo AviSite em matéria anterior) cerca de 3% aquém da média registrada no primeiro trimestre de – pasmem os que ainda não atentaram para isso! – de 2013. Ou seja: em relação há três anos passados, enquanto a inflação acumulada ultrapassa os 25% e o preço do milho aumenta mais de 40%, a remuneração obtida pelo frango vivo tem um valor nominal inferior.