AviSite
Para frustração geral, o frango vivo chegou ao final da primeira quinzena de julho com o mesmo preço do mês anterior, isto é, sem apresentar a reação típica do período de pagamento dos salários. Mas surpreendeu favoravelmente ao passar a registrar variações de preços a partir do dia 15, pois, em vez de retrocessos como seria normal, registrou apenas altas.
Resultado: no interior paulista completou o mês e iniciou novo período cotado a R$2,70/kg, o maior valor registrado desde outubro do ano passado quando, por curto espaço de tempo, operou sob a cotação de R$2,80/kg, este o melhor resultado de 2014.
Na verdade, a variação entre a menor e a maior cotação do mês foi limitada, não chegando a 4%. Graças a ela, porém, o preço médio alcançado em julho valorizou-se 7,11% em relação ao mês anterior, alcançando índice que, considerada a variação de 14,01% observada de maio para junho, faz com que o incremento em um bimestre chegue a 22,12%.
Igualmente significativa foi a valorização em relação a julho de 2014: +19,51%. Ainda assim, o frango vivo apenas retornou à mesma média registrada em setembro do ano passado, o que significa dizer que continua sendo remunerado por valores inferiores aos alcançados nos meses de outubro e novembro.
Em outras palavras, a despeito da valorização recente (que, inclusive, fez com que fosse citado pela FGV como um dos alimentos com maior influência no elevado IGP-M de julho), o frango vivo continua sendo comercializado por valores inferiores aos obtidos oito ou nove meses atrás.
Não só isso. Se, após ter chegado ao “fundo do poço” em maio (a menor remuneração do ano), o frango vivo recuperou preços nos últimos dois meses foi em decorrência de um brusco arranque nas exportações de carne de frango. Quer dizer: não fosse o maior volume exportado (responsável pelo enxugamento do mercado) talvez se estivesse enfrentando os mesmos baixos preços de dois-três meses atrás. Porque o mercado interno, embora demandando mais produto, continua pouco receptivo a variações mais significativas nos preços.
Mas como é provável que em agosto corrente as exportações do produto venham a bater novo recorde, o preço pago ao produtor tende a uma maior valorização.