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Pela segunda vez neste ano, o frango vivo (base: interior paulista) iniciou e terminou o período sem qualquer alteração na cotação – R$2,70/kg.
Anteriormente, em 2015, isso havia ocorrido no mês de março. Mas o valor então praticado no mês (R$2,40/kg) ficou quase 5% abaixo daquele registrado um ano antes, situação que denota a fraqueza de mercado naquele mês.
Agora, em agosto, embora inalterada desde meados de julho, a cotação alcançada representou valorização de 12,68% sobre agosto de 2014, ao mesmo tempo em que correspondeu à maior média dos últimos 10 meses. E tais resultados deixam claro que a situação mais recente é inversa à que foi registrada em março, pois o mercado permaneceu firme na maior parte do período e mesmo tornando-se calmo no final do mês, como é natural, não apresentou ameaças de redução do preço praticado.
Porém, nada disso – mercado firme, alta valorização no mês, melhor preço do ano – significa que o desempenho de agosto tenha sido excepcional. Pois a cotação praticada apenas acompanhou – sem, praticamente, nenhuma diferença – a curva sazonal de preços do produto.
É verdade que, somado à valorização obtida nos meses de junho e julho, o ganho de agosto propiciou, em apenas um trimestre, aumento de mais de 24% no preço do frango vivo. Mas isso corresponde, apenas, ao comportamento sazonal típico. E não impede que o frango permaneça, no ano, com um valor real negativo, porquanto a média obtida entre janeiro e agosto (R$2,42/kg) está menos de 4% acima da média dos mesmo oito meses de 2014 (R$2,33/kg), ou seja, a menos da metade da inflação acumulada nos últimos 12 meses.
É interessante observar que a estabilidade observada no bimestre julho-agosto decorre da combinação de dois fatores: internamente, preço favorável da carne de frango em relação à carne bovina; externamente, ampliação das exportações – ambos contribuindo para o aumento da demanda e, portanto, para um maior equilíbrio entre oferta e procura.
Notar, entretanto, que mesmo continuando favoráveis ao consumidor, os preços atuais já dão os primeiros sinais de exaustão, sinalizando ser difícil ir além das médias ora praticadas. Além disso, as exportações alcançaram patamar que dificilmente será superado no quadrimestre final de 2015.
Isso quer dizer, em suma, que não há espaço para a produção ir além do que vem sendo registrado até agora. Assim, se pretende manter – pelo menos – a pequena valorização obtida até agora (e que – ressalte-se – faz com que o preço médio em oito meses seja o mesmo registrado nos 12 meses de 2014), o setor precisa caminhar comedidamente.