Desempenho do frango vivo em 2016 vem sendo similar ao de um ano atrás

AviSite

Um ano se passou e as diferenças observadas na economia, habitualmente normais, desta vez se tornaram gritantes.

Por exemplo, um ano atrás, em março, a inflação (IPCA) acumulada em 12 meses mal chegava aos 8%. Agora está em torno de 11% - o que parece pouco, mas não é. E o milho, que em março de 2016 foi negociado, em média, por pouco mais de R$30,00/saca, agora só é encontrado por valores próximos de R$50,00/saca. Quando é encontrado.

Além desses, há na economia uma série de outros fatores que ressaltam ainda mais as diferenças entre março corrente e março do ano passado, ou entre os três primeiros meses de 2015 e de 2016. Ainda assim, o frango vivo mantém desempenho similar ao de um ano atrás.

O gráfico abaixo ilustra melhor o que se quer explicar. Pois mostra que o caminhar de preços do frango vivo neste ano é cópia (quase fiel) do ocorrido no mesmo trimestre de 2015. Ou seja: com redução de preço entre janeiro e parte de fevereiro e posterior estabilização a partir de meados de fevereiro.

No ano passado foi assim. Em 13 de fevereiro, após ligeiros ajustes, a cotação do frango vivo estabilizou-se em R$2,40/kg, valor que permaneceu inalterado por quase 60 dias, até os primeiros dias de abril.

Em 2016 essa estabilidade começou um pouco mais tarde – ou quase uma semana depois, em 18 de fevereiro. E se nada de diferente ocorrer nesta quarta-feira, chega hoje ao vigésimo primeiro dia. Em uma situação de custo absolutamente diferente daquela registrada um ano atrás.

É verdade que, pelo menos sob um aspecto, o frango vivo “não perdeu o bonde da história”, pois conseguiu acompanhar a inflação dos últimos 12 meses. Mas vem obtendo retorno que é inferior ao custo de produção.

No momento, o setor produtivo conta com o aumento do consumo para minimizar essa situação. Mas se o consumidor, depauperado, não propiciar a resposta adequada, vai ser forçado a reduzir a oferta, pois o fôlego para manter a produção já anda curto.