Valor Econômico
Os desembolsos de crédito rural para a agricultura empresarial somaram R$ 111 bilhões nos dez primeiros meses desta safra 2015/16 (julho a abril), 6,3% mais do que em igual período do ciclo 2014/15. Mas, apesar desse avanço em termos absolutos, em relação ao total disponibilizado as liberações continuam em ritmo mais lento que na temporada passada.
Nesta safra, que contou com R$ 187,7 bilhões (valor inflado por recursos a juros livres), os desembolsos até abril equivaleram a 59,1% no total; na anterior, que teve inicialmente R$ 156,1 bilhões, o percentual chegou a 67% em igual comparação. O Ministério da Agricultura já projetou que o volume global de crédito a ser contratado por produtores rurais junto às instituições financeiras em todo o ciclo 2015/16, que terminará no fim de junho, não deverá ultrapassar R$ 145 bilhões.
A demanda da agricultura familiar pelo crédito subsidiado no âmbito do Pronaf, por sua vez, segue em queda até em termos absolutos: atingiu R$ 18,3 bilhões de julho de 2015 a abril passado, 10% menos que no mesmo de 2014/15.
Assim, o volume total desembolsado para as agriculturas empresarial e familiar chegou a R$ 129,2 bilhões nos dez primeiros meses da safra 2015/16, um incremento de 3,5% na comparação com igual intervalo da temporada anterior. No total, os bancos fecharam 1,9 milhão de contratos envolvendo crédito rural nos dez primeiros meses de 2015/16, uma retração de 13%.
As operações de custeio cresceram 22%, para R$ 79,6 bilhões, e as de investimentos caíram 30,5%, para R$ 28,7 bilhões, o que comprova o quadro de menor apetite de agricultores e pecuaristas por aportes em equipamentos e melhorias em suas propriedades. Em outra frente, os desembolsos de recursos para comercialização aumentaram 13%, para R$ 20,8 bilhões.
Os bancos públicos continuam a responder pela maior fatia de contratações de crédito rural tanto no Plano Safra da agricultura empresarial quanto no da familiar. Essas instituições liberaram R$ 76,6 bilhões de julho de 2015 a abril, 10% a mais que no mesmo intervalo do ciclo anterior. O destaque é o Banco do Brasil, que tradicionalmente lidera esse mercado no país e que, nos dez primeiros meses de 2015/16, liberou R$ 65,6 bilhões, um aumento de 17%.
Quando se consideram as operações de crédito com base nas Letras de Crédito do Agronegócio (LCA), títulos muito emitidos por instituições privadas, as contratações atingiram R$ 11 bilhões, ante os R$ 30 bilhões ofertados pelo governo para o ciclo atual.