Zero Hora
No ano em que o Brasil colherá mais de 200 milhões de toneladas de grãos, o volume de crédito para investimentos em armazenagem caiu pela metade no país. O descompasso entre o tamanho da colheita e o nível de investimentos não é explicado apenas por escassez de crédito no mercado. A baixa confiança do produtor rural representa um freio tão forte quanto a falta de dinheiro para financimento. – O ambiente político e econômico é pouco propício para se tomar risco, e investimento representa risco – avalia o vice-presidente da indústria Kepler Weber, Olivier Colas.
Líder no setor de armazenagem de grãos no Brasil, a empresa com sede em Panambi teve uma receita líquida de R$ 706 milhões em 2015, queda de 22,2% em relação ao ano anterior. A redução das vendas é atribuída também à baixa do preço das commodities agrícolas no mercado. Dos pedidos recebidos pela Kepler Weber desde o começo do ano, mais de 50% serão financiados com recursos próprios dos produtores. – Isso significa que o crédito agrícola está cada vez menor – completa Colas. Para compensar a queda nas vendas internas de silos, a companhia pretende continuar a diversificação de suas atividades. Entre as novas formas de gerar receita, está a fabricação de equipamentos para a movimentação de granéis em terminais portuários, como esteiras de grande capacidade para áreas de transbordo.