Avisite
O gráfico abaixo contrapõe a evolução do custo de produção do frango à evolução do valor recebido pela ave viva.
O custo tem por base o levantamento mensal realizado pela Embrapa Suínos e Aves e adota como referência valores relativos ao estado do Paraná. O valor pago baseia-se na cotação vigente para o frango vivo no interior de São Paulo (fonte: www.jox.com.br). Os dois fatores foram igualados em “100” em janeiro de 2010.
Analisados sob esse prisma os resultados dos 24 meses passados, constata-se que em apenas dois momentos o preço recebido pelo produtor apresentou evolução superior ao custo: no período compreendido entre dezembro de 2012 e março de 2013 e no trimestre agosto-outubro de 2013. Ou seja: nesses dois anos, o frango foi derrotado em mais de 70% do período.
Não por coincidência, os dois momentos tiveram uma característica em comum: redução da produção. O que redundou em menor oferta do produto e, por decorrência, em uma valorização que alcançou tanto o frango vivo como o abatido.
A primeira redução foi determinada pelo custo proibitivo: ele atingiu valores recordes no segundo semestre de 2012 e afetou seriamente o orçamento do produtor, impondo compulsória redução no investimento em produção. Já a segunda redução foi, digamos, de ordem climática. Pois ocasionada pelo inverno extremo do ano passado, causador de grande quebra na produção.
Ah, sim! O mesmo clima extremo causou novamente queda de produção no início de 2014, desta vez em decorrência das altas temperaturas. Mas, como o próprio gráfico demonstra, desta vez a valorização obtida pelo frango não conseguiu alcançar o custo, que continuou evoluindo acima do preço recebido. E porque razão? Porque, em essência, o consumidor já não consegue absorver as altas registradas.
Em resumo: a simples redução da oferta já não propicia revitalização dos preços, enquanto os custos, embora com evolução mais moderada, permanecem elevados (em abril voltaram a superar os 170 pontos, índice até então registrado apenas no segundo semestre de 2012). E isso torna mais desafiante o exercício da produção.