Custo das matérias-primas corroeu o recente avanço no preço do frango

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Em março passado, o frango vivo registrou a melhor cotação dos últimos cinco meses. Mas, a despeito da boa recuperação iniciada em fevereiro, continuou remunerado por valor inferior ao de um ano ou de seis meses antes.

Encerrou o primeiro trimestre com o preço médio (mês de março) de R$2,52/kg. E isso representa desvalorização anual de quase 6,5% (pouco mais de R$2,69/kg em março do ano passado). E semestral de 14% (em setembro/13, R$2,934/kg).

Em contraste, essa desvalorização não é observada nas duas matérias-primas essenciais à produção do frango, ambas em evolução praticamente constante desde o ano passado, uma anulando eventuais baixas da outra. O que faz com que o desempenho positivo anterior do frango seja agora negativo, ampliando-se cada vez mais a cada novo mês. E isto significa perda de poder aquisitivo do avicultor – apesar do preço de venda ter aumentado.

Para comprovar, compare-se a evolução do valor médio recebido pelo frango com a evolução do custo de um “pacote” contendo 3 kg de milho e 1 kg de farelo de soja (aproximadamente a mesma proporção observada em uma ração para frangos). Em março de 2013, adquiria-se um “pacote” de milho/farelo com apenas 881 gramas de frango vivo (frango a R$2,69/kg; “pacote” a R$2,37/kg).

Seis meses depois o mesmo “pacote” foi adquirido com um volume de frango vivo 3% menor. Pois embora o custo do “pacote” tivesse aumentado cerca de 5,5% em seis meses, o índice de valorização do frango foi ainda maior, de aproximadamente 9%. Então, 853 gramas de frango vivo foram suficientes para a compra de um “pacote” de milho/farelo de soja.

A situação mais recente é bem diferente. Porque o preço recebido pelo frango vivo no mês de março ficou (como foi citado) mais de 6% aquém do valor alcançado um ano antes, enquanto – opostamente – o custo do “pacote” aumentou surpreendentes 21,5% (de R$2,37 para R$2,88).

Resultado: no mês passado o avicultor precisou de 1,143 kg de frango vivo para adquirir o mesmo “pacote” de um ano ou seis meses atrás – 30% a mais que em março/13; 34% a mais que em setembro/13.

Isso, dito de outra forma, significa que o poder de compra do produtor de frango caiu 23% em relação a março de 2013, enquanto em relação a setembro de 2013 é um quarto menor.

Com a queda ontem observada no frango vivo, essa defasagem tornou-se ainda maior. Mas não está restrita à ave viva, atinge também o frango abatido e, por isso, solicita atenção geral do setor.

frango



Data da Notícia: 03/04/2014
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