Crise do milho pressiona custo de carne e inflação

DC

Tudo indica que, apesar dos esforços do Banco Central do Brasil para levar a inflação para o centro da meta, 4,5% ao ano, as pressões por alta vão continuar no setor de carnes. Ontem, durante o Fórum Catarinense do Agronegócio, na Fiesc, em Florianópolis, o governador Raimundo Colombo afirmou que a cadeia produtiva de avicultura e suinocultura do Estado estão em desequilíbrio em função do alto preço de insumos como o milho e soja.

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Para o vice-presidente da Federação de Agricultura e Pecuária do Estado (Faesc), Enori Barbieri, que também esteve no evento, essa explosão dos preços dos grãos vai continuar pressionando a inflação até o final do ano e há risco de desemprego no setor. Ele explicou que a culpa principal dessa crise é a alta do dólar no Brasil e a menor oferta de soja nos Estados Unidos. Mas, segundo ele, as agroindústrias não estão conseguindo passar toda a alta aos preços. Estão compensando um pouco com os valores que obtém nas exportações.


Segundo o presidente da Faesc, José Zeferino Pedrozo, não há muito o que fazer diante da alta atual dos grãos – a saca de soja por R$ 80 e a de milho entre R$ 50 e R$ 60. Os agricultores catarinenses e de outros Estados decidiram exportar grãos para melhorar suas margens de lucro e o mercado enfrentou maior falta do produto. Logo após, as agroindústrias tiveram que partir para a importação do milho, por um preço menor do que o vendido pelos brasileiros lá fora. Ele também reclama da falta de atuação da Conab para fazer estoques reguladores porque não há milho disponível para aumentar a oferta. Esse tipo de problema não ocorre em outros países mais prevenidos. Os EUA mantém estoque para três anos.



Data da Notícia: 16/06/2016
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