Suinocultura Industrial
Garantir a qualidade da alimentação animal é uma das premissas que muitos produtores independentes seguem a risca para oferecer ao consumidor um produto diferenciado e, com isso, não perder a competitividade. Sob esse aspecto, encontra-se o alto custo com ração, diante de valores crescentes dos insumos que o forçam a buscar alternativas economicamente viáveis como a produção da própria dieta. Um eficiente controle de qualidade dos alimentos produzidos, unido a instalações modernas e funcionais, reduzem custos e, consequentemente, aumenta a rentabilidade. Seguindo a risca essa proposta, a Ianni Agropecuária tornou-se referência no Estado de São Paulo adotando práticas minuciosas no cuidado com o trato dos animais.
Com sede em Itu, a Ianni Agropecuária produz aproximadamente 1.200 toneladas de ração ao mês, para alimentar um plantel de 2.450 matrizes, abrigadas também na propriedade de Porto Feliz. Para manter a produção, a empresa conta com o envolvimento de mais de 100 funcionários, atuando nos processos relativos à manutenção das instalações, produção de dietas, transportes de insumos, dietas e suínos, tratamento e destino adequado dos dejetos, administração, pecuária intensiva de corte, com a produção própria de silagem para esta última.
O sistema de produção de ciclo completo exige um mix de alimentação elaborada para cada fase ou etapa de produção animal. Todo o processo se inicia com as aquisições de ingredientes de qualidade, que serão destinados produção das dietas. Para tanto a empresa se utiliza do CSP, Consórcio Suíno Paulista, responsável pela aquisição dos insumos. Áurea Cristina Ianni Rayel zootecnista, formada pela Universidade de São Paulo (USP – Pirassununga) e pós-graduada em MBA em Agronegócios pela USP - ESALQ, responsável pela Unidade Administrativa (UA) e pela Unidade de Produção de Ração (UPR), localizadas a 8 km do criatório de Itu e a 16 km do criatório de Porto Feliz, conta que o ciclo se inicia já na descarga das matérias-primas, adquiridas de terceiros. Assim que os grãos chegam a UPR realiza algumas análises, a fim de decidir pelo seu recebimento ou recusa. “Se for milho ou sorgo, coletamos uma análise para verificar a quantidade de impurezas, de ardidos, carunchados e a umidade”, descreve.
Aurea explica que esses cuidados iniciais são necessários para garantir a qualidade da compra e da ração. “Se estiver, por exemplo, fora da umidade que determinamos, não recebemos”, conta a zootecnista enquanto separa um punhado de sorgo para identificar os grãos quebrados e com impurezas. “Cada item tem um limite máximo a ser aceito. Fazemos esse processo de separação para ver se está dentro dos padrões exigidos, que estão em uma planilha. Sendo tudo aprovado na nossa análise primária, guardamos uma amostra e enviamos ao laboratório terceirizado para daí ver a quantidade de proteína, fibra, matéria mineral, enfim, tudo o que não conseguimos fazer aqui”, diz. Se a matéria-prima comprada não for grão, precisa estar acompanhada de um laudo para ser recebida. “Pegamos esse laudo, comparamos ao nosso padrão de recebimento e, mesmo que esteja adequado, também mandamos o produto para fazer um teste laboratorial. Isso normalmente acontece com farinha de carne, soro de leite, calcário, farelo de soja, entre outros produtos”.
A zootecnista ressalta que as coletas e análises não são diárias, porém se fazem necessárias para manter a qualidade alimentar. “As amostras enviadas aos laboratórios terceirizados são importantes também porque o nutricionista se baseia nelas para fazer as dietas. Esses ingredientes têm uma variabilidade importante a serem analisadas, principalmente produtos lácteos - se não fizer uma análise, você está pagando muito caro por um produto que pode estar fraldado”, conta. As compras em grande quantidade são feitas com auxílio do Consórcio Suíno Paulista, idealizado pela Associação Paulista dos Criadores de Suínos (APCS).
A Unidade Produtora de Ração está instalada em uma área de aproximadamente 10.000 m², contando com equipamentos e galpões para armazenagem de matérias primas. Depois de produzidas as rações, são coletadas amostras das mesmas para analisar se estão atendendo aos padrões previamente estabelecidos.